domingo, 1 de dezembro de 2013

Noite longa! cap 99



Nunca passei uma madrugada tão longa em toda minha vida, às vezes o silencio reinava de uma forma desconcertante, mas enfim, ninguém estava no clima de conversa. 
O meu pai parecia estar arrasado, ele parecia se sentir culpado por algo, eu não acredito que ele tenha culpa em algo, eles se dão tão bem que chega a ser desrespeitoso da minha parte pensar em algo assim. 
Estávamos a espera de noticias quando o celular do meu pai tocou, ele olhou no visor e atendeu ali mesmo, parecia ser da seguradora, pelo que entendi a mamãe estava com o carro dele.
Enquanto ele falava, a tia Angel entrou sala adentro com o tio Kam, ela me abraçou e eu não consegui esconder a minha barriga a tempo, ela me encarou seriamente e sem seguida perguntou pela mamãe, senti o meu corpo gelar instantaneamente. 


Explicamos a ela tudo o que sabíamos, e ela questionou com o meu pai, o porquê isso tinha acontecido, e logo hoje no dia de aniversario de casamento deles, o meu pai a olhou seriamente e saiu da sala, o tio Kam, e o tio Ryan foram atrás dele.

-Pensa que me esqueci de você mocinha?... Que barriga e esta?<levantou a minha blusa ate a altura dos meus seios>

-Tia... Eu...

-Esta grávida!<me encarou seriamente>... Sua mãe e o seu pai já sabem?

-Só a minha mãe!... E eu tenho medo dela estar aqui por minha culpa!<comecei a chorar>

-Claro que não e Sophia, se ela estivesse brava, não teria saído com você e comprado todas as coisinhas para o seu bebe!<disse Mila me acalmando>

-Estou aqui para o que você precisar ta bom meu amor?<tia Angel alisou os meus cabelos mesmo parecendo inconformada com a surpresa>

-Obrigada tia!...Eu só quero que a minha mãe fique bem!

Ela me abraçou forte e em seguida alisou a minha barriga, dizendo que o papai iria surtar quando soubesse da minha gravidez. Ficamos ali apreensivos a espera de alguma noticia.


Bruno on


Eu já estava me sentindo culpado o suficiente, e quando a Angel questionou o porquê de tudo isso ter acontecido logo hoje que seria o nosso aniversario de casamento, eu senti a culpa se instaurar no meu peito de vez, se acontecesse algo com ela eu jamais me perdoaria, ela já estava pagando caro demais pelos meus atos infantis.
Sai da sala me sentindo um dos piores seres humanos da face da terra, estava me sentindo no chinelo, como eu pude ser tão canalha com a mulher que eu amo, com a mãe dos meus filhos. 
Senti os meus olhos arderem, e uma vontade enorme de chorar, mas me segurei, eu precisava ser forte, estar forte neste momento. 
Elevei o olhar e vi o Phil acompanhado da Urbana entrarem pela porta principal, e vindo ao meu encontro, olhei no relógio e acabara de passar das 3 da manha, e nestas horas que vemos que temos amigos de verdade. 
O Phil veio ao meu encontro me oferecendo o seu ombro no qual eu aceitei, a Urbana colocou a mão no meu braço em forma de apoio, e disse que iria falar com a Sophia, eu apenas acenei positivamente. Me desvencilhei do Phil e mau conseguia olhar nos seus olhos, senti uma mão no meu ombro, e era o Kam e o Ryan mais atrás, estava com os meus amigos, me sentindo mais seguro, mas não menos culpado.

-O que aconteceu?<perguntou Phil me encarando>

-A culpa foi minha!<disse com a voz embargada>

-Claro que não cara, você não estava com ela...

-Ela me pegou...<abaixei a cabeça>

-Te pegou?<senti os olhos do Phil pairarem sobre mim>

-Me pegou com a Rachel no estúdio!... Nos estávamos...

-Nem termine!... Cara eu não acredito no que eu acabei de ouvir, você não e mais um adolescente, deveria ter pensado nas conseqüências!...<disse Kam ao meu lado>

-Eu sei...

-Não sabe, se soubesse não teria feito o que fez!... E pior no estúdio cara, já tínhamos combinado que la não era lugar para isso!

-Isso e uma coisa que não deveria nem estar em pauta agora!... Todos estamos comprometidos, não deveríamos nem estar traindo as nossas companheiras!... Não temos mais vinte e poucos anos, não somos mais inconsequentes!<foi de se admirar ouvir o Ryan pensar assim, mas ele estava com toda rasão>

-Não adianta julgarmos, já esta feito, ela já esta naquele leito entre a vida e a morte!<disse Kam se afastando com cara de nenhum amigo>

Tudo pelo qual lutei ate hoje foi não serviu de nada, pois tudo se desfez em fração de segundos, eu lutei, ela lutou, nos vencemos e no final, eu coloquei tudo a perder. Me agarro a possibilidade de quando ela acordar conversarmos, e tentarmos esclarecer tudo, sem que haja o que eu mais temo, isso se ela acordar.
 Eu fui um fraco, deveria ter me preocupado mais, deveria ter a observado mais, sacado os seus sinais, e as suas mudanças de humor, deveria ter reparado na mulher que eu amo ao invés de simplesmente ignorar, e deixar tudo acontecer do jeito que aconteceu.
Retornamos para a sala de espera, e eu me sentei sozinho, e completamente destacado, precisava pensar, precisava colocar a minha cabeça no lugar.
 A madruga passou se arrastando, assim como a manha. O Nick apareceu na sala, ele estava muito triste pelo que tinha acontecido, ele disse que ficou sabendo pela Aubrei, e veio o mais rápido que pode, ele me abraçou e sentou ao lado da irma. Que por falar nela, estava muito diferente, com o rosto mais redondo, e apesar do que estava acontecendo, ela tinha um brilho incrível nos olhos, e diferentemente de antes ela estava usando roupas mais... largas?
A observei por algum tempo pelo canto dos olhos, ela parecia muito triste, e assim como eu, com a expressão de culpa, e em alguns momentos ela colocava discretamente a mão na barriga. 
Não, não pode ser, eu conheço muito os trejeitos de uma mulher quando esta... Me levantei bruscamente chamando a atenção de todos, segurei firmemente em seu braço a fazendo se levantar.

-Bruno!<ouvi a Angel se pronunciar>

 Olhei dentro dos seus olhos e dela, ela estava com... Medo? Respirei fundo sem desviar dos seus olhos, ela estava com os olhos arregalados, e não conseguia desviar-los de mim. Segurei na barra da sua blusa a levantando bruscamente expondo a sua barriga, olhei e lutei muito para não estourar.

-O que e isso?<disse entredentes>

-Pai...<disse quase inaudível>

-O que e isso Sophia?<perguntei novamente>

-Bruno aqui não e lugar...<disse Angel segurando em meu braço

-Não se mete Angel!

-Bruno, aqui não e lugar pra isso, e voçe esta tão, ou mais sujo do que ela!<disse Phil me encarando>

-Eu não acredito que voçe esta!<os ignorei completamente>... Eu não consigo nem pronunciar!

-Pai me perdoa, eu sei que te decepcionei, e o senhor era a ultima pessoa que eu queria decepcionar, eu sinto muito...

-Voçe não sente nada!... Eu sabia que isso iria acontecer quando eu fui te buscar, sabia que mais cedo ou mais tarde voçe iria me decepcionar...

-Eu sinto muito...<disse intensificando ainda mais o seu choro>

-Eu vou matar aquele moleque!<a minha voz era ríspida e seca>... Qual e o nome dele, e Dave...

-O David não e o pai do meu filho!<a encarei com ódio nos olhos>

-Quem e?<fechei os olhos e pedi a Deus que ela tivesse esta resposta>

-O Chris!

Senti a minha garganta dar um no inexplicável, o meu sangue estava literalmente fervendo nas minhas veias, eu permaneci de olhos fechados, fechei a mão a pressionando contra o corpo, enquanto ainda apertava o seu braço. 
Eu não queria fazer o que eu estava querendo fazer, não agora depois de grande, eu nunca lhe dei um tapa nem de brincadeira, mas como pai me sentia no direito de fazer. 
Elevei a minha mão, na altura do seu rosto, vendo o meu movimento, ela apenas fechou os olhos esperando o tapa que provavelmente levaria, ela sabia que tinha errado, e eu sabia que estaria sendo injusto diante da sua reação. Todos estavam me encarando e provavelmente não deixariam que fizesse tal coisa... E eu não eu iria fazer. 
Soltei o seu braço, e mais uma vez sai da sala, e desta vez do hospital. Estava precisando de ar, a minha cabeça estava a mil por hora, eu mau conseguia raciocinar direito, estava decepcionado comigo, preocupado com a Agatah, decepcionado com os meus filhos, como eles puderam fazer isso, como um irmão engravidar a irma, eu estava com a cabeça rodando. 
Senti uma mão em meu ombro, estava pronto para dar um belo de um fora, mas quando me virei não consegui dizer nada, era simplesmente um dos caras que eu mais admirava, o Nick tinha se tornado um exemplo de vida para mim quando enfrentou aleucemia, ele encarou tudo de cabeça erguida, com garra com coragem e mesmo quando todos estavam sem esperança, ele sorria e mostrava que estava tudo bem. 
Ele me abraçou forte, me passando coragem e compreensão, eu estava me sentindo péssimo pois os decepcionaria mais uma vez.

-Eu já sabia da gravidez dela, mas ela me pediu segredo, e eu não poderia trair a confiança dela!<me encarou>


-Eles são irmãos...

-Não pai, não são, voçe sabe disso!... Voçe o tem como filho, o considera como um, mas ele não e o seu filho!

-Mesmo assim, pra mim eles são irmãos, e isso e inaceitável...

-Pra voçe pai!... Mas eles não e, eles se amam, sempre se amaram, e o senhor sabe disso!... E alem do mais, o bebe não tem culpa, e nem eles por se apaixonarem!

-Eu sei que o bebe não tem culpa, sei que o meu... Eu não vou falar isso!<disse convicto>

-O que neto, ou neta?<sorriu>

-E!... Sei que ele não tem culpa, mas eles...

-Já esta feito, eles se amam, e merecem estar juntos!

Talvez eu estivesse sendo radical demais, todo mundo tem direito de ser feliz, não e por que eu tive a oportunidade e não aproveitei, que tenho que impedir a felicidade dos outros. Eu sou contra, mas eles se amam, e ficar contra, não vai adiantar em nada, alem de incentiva-los a se apaixonar ainda mais. E agora com um bebe a caminho, eles mereciam todo o apoio do mundo, e não mais um para julga-los.

-É, talvez mereçam... Eu  estou surpreso, e de cabeça quente!

-Vamos entrar?... Acho que ela esta precisando do apoio do pai que ela tanto ama, e respeita!

-Eu preciso de mais alguns minutos!

-E fico aqui com voçe, tudo bem?

Apenas sorri e virei o rosto desviando o foco. Olhei para ele que estava distraído olhando no celular, realmente os meus filhos cresceram e muito, o Nick apesar dos 16 anos esta enorme, já me passou na estatura a algum tempo, nem parece que e o meu filho. Pois e, ele não e de verdade, infelizmente, eu preciso começar a associar isso. 
Enfim, eu preciso compreender cada um deles com os seus defeitos e qualidades, erros e acertos, e se a Sophia e o Chris se amam quem sou eu para ficar entre eles. Fiquei pensando no que ele disse sobre ela me respeitar, ela me respeita, ate quando ela me respeitará, eu não me sinto merecedor deste respeito agora, não me sinto mais nesse direito.
Depois de ficar um tempo conversando com o meu filho, decidimos entrar e ver se já tinha noticias da Agatah, entramos no hospital e seguimos para a sala de esperta.


Assim que parei na porta percebi que a Sophia ainda estava chorando, ela estava abraçada com a tia e com um copo d’agua na mão, ela me olhou e entre lagrimas respirou fundo, mais uma vez segurei em seu braço a fazendo se levantar, olhei dentro dos seus olhos e fiz o meu papel de pai, sorri mostrando apoio, e a abracei fortemente.

-Eu te amo mais do que qualquer coisa nesta vida minha filha, voçe e os seus irmãos são tudo pra mim!<disse rente ao seu ouvido com a voz embargada>


-Desculpa te decep...

-Não, eu que te peço perdão!... Deveria te apoiar e ficar do seu lado, não te tratar assim quando voçe mais precisa de mim!

-Obrigada!

-Eu te amo, e amo este bebe!

-Ele e o seu ne...

-Não, não precisa falar esta palavra minha filha, eu já entendi!<sorrimos em meio as suas lagrimas>


Depois de tudo resolvido entre nos, eu me sentei ao seu lado a abraçando, e tentando lhe transmitir todo o meu apoio e carinho, tentando lhe mostrar que estaria ao seu lado pra sempre, e para tudo o que ela precisar. 
Estávamos ainda a espera de noticias, na realidade  eu, a Sophia, o Nick, a Angel, e o Kam, os outros foram almoçar e descansar um pouco, eu tentei fazer a Sophia ir pra casa descansar devido ao seu estado, mas ela foi reticente e não arredou o pé do hospital. Vimos a porta se abrir, e o medico de mais cedo entrou com uma cara indecifrável aumentando ainda mais o nosso nervosismo apreensão.

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