Olhei em seus olhos e ela desviava do
contato visual comigo, ela não conseguia olhar nos meus olhos.
-Me perdoa mãe!<disse com a voz
embargada>
-Perdoar?... Ok, agora estou
preocupada, fala logo que esta acontecendo!<disse com a voz um pouco
alterada>
Ela respirou fundo e pegou na barra da
enorme blusa que usava, e a elevou revelando uma saliência bem visível em seu abdome.
Senti o meu corpo tremer por completo, elevei a mão na boca, a minha cabeça
estava girando, eu fiquei sem chão. Me sentei no sofá novamente tentando
associar o que estava vendo, a minha filha, o meu bebe, estava grávida, eu
seria avó.
-O seu pai vai surtar!<só consegui
pensar nele neste momento>
-Eu sei!...Não sei o que eu fazer...
-Você esta de quantos
meses?<perguntei sem olhar para ela, eu não conseguia encarar o seu rosto,
eu estava decepcionada com ela>
-Estou com 4 meses!
-Quando você pretendia nos contar?... QUANDO NASCESSE?
-Não mãe, eu...
-Já contou para o pai da criança, né cla...
-Não!
-Como não?... Vai me dizer que aquele
mule...
-O pai do meu filho não e o David!
-Eu juro que tenho medo de
perguntar...
-E o Chris!
-Meu Deus!...Preciso de um copo d’água!...
Mas, ele não esta no Iraque?
-Esta mãe!... No dia seguinte em que
ele ligou para o papai, ele me ligou e disse que tinha acontecido um problema,
e a viagem tinha sido adiada, nós nos encontramos e acabou acontecendo!
-Vocês não se preveniram?
-Foi tudo muito rápido mãe, quando vi
já tinha acontecido, na realidade só me lembrei no dia seguinte!... Eu perdi a
minha virgindade com ele, foi um mero descuido...
-Descuido que agora resultou em uma
vida!... Sophia o que você vai fazer da sua vida?
-Eu não sei mãe, estou confusa!<ela
sentou no sofá>
-Apesar de não ser a favor, já
aconteceu e não tem como voltar atrás!<me sentei ao seu lado>... Eu estou
do seu lado ta bom filha, pode contar comigo para o que você precisar tudo
bem?<disse enquanto a acolhia em meus braços>
-Estou com medo do meu pai, por isso
me enclausurei!... Eu prometi a ele que teria juízo, que seguiria a minha vida
com responsabilidade, e logo na minha primeira vez engravidei!... Eu me odeio
por isso!<disse intensificando o choro>
-Ele vai surtar com o já disse, mas
este bebe não tem culpa, ele não pediu para estar ai, e agora ele merece
receber muito amor e carinho!<disse e pela primeira vez toquei em sua
barriga>
Senti um arrepio tomar o meu corpo, um
medo por ela, pela criança, e eu não queria ser a pessoa a falar coisas tristes,
ou lembrar que o futuro a Deus pertence, mas corria o risco do pai nem chegar a
conhecer o filho, infelizmente. Depois de consolar a minha filha e lhe dizer
que eu estaria ali com ela para o que precisasse, a convenci a sair comigo para
almoçar, aproveitamos e passamos no shopping, e eu acabei me empolgando e comprando
algumas coisinhas para o meu netinho, ou netinha. Ai meu Deus AVÓ.
Para completar, hoje o Bruno e eu
fazemos cinco anos de casados, parece que foi ontem. Eu tinha decidido falar
com ele sobre a Sophia, e para o meu desespero e ansiedade, ele ainda não tinha
chego do estúdio. Já passava das sete da noite e eu queria sair para jantarmos
fora.
Me arrumei e decidi lhe fazer uma surpresa, e encontrá-lo no estúdio.
Peguei um táxi afinal ele esta de carro, e de la iríamos direto para um restaurante.
Assim que o táxi parou, paguei a corrida e segui para o interior do estúdio,
passei pela portaria e já estava tudo no maior silencio, estava escuro, e parecia estar
vazio, mas ainda tinha gente, só tive esta conclusão por que a porta principal ainda estava
aberta. Assim que me aproximei da porta do estúdio ouvi algo cair e se quebrar,
abri a porta e senti o meu sangue gelar dentro das minhas veias, e quase que
imediatamente ferver como a larva de um vulcão em erupção.
Bruno on
Alguns meses
depois do ocorrido com a minha filha, parece que as coisas tinham voltado ao
normal, a Agatah e eu estávamos bem, o Nick estava com o seu carro novo, enfim
tinha conseguido tempo para comprá-lo. A Sophia estava meio sumida, mas como
ela tinha resolvido viver a vida dela, eu não estava me metendo como antes. A
Agatah continuava estranha, mas estávamos conseguindo contornar tudo isso.
Já eu, bom,
depois do bolo que dei na Rachel quando briguei com a minha filha, ela resolveu
aparecer novamente no estúdio e cobrar o encontro, como estávamos nos dando
muito bem como amigos, decidi continuar me encontrando com ela, estava tudo
numa boa, afinal novos amigos são sempre bem vindos, mas eu deveria imaginar
que nem sempre as coisas são, ou acontecem como prevemos.
Um mês depois de
começarmos a nos encontrar freqüentemente, e na maioria delas no estúdio mesmo,
acabou acontecendo o inevitável, devido a Agatah estar estranha comigo,
novamente, tirando os problemas corriqueiros nos estúdio, eu cai na burrada de
me abrir com a Rachel e acabamos nos beijando, e como uma coisa leva a outra
acabamos transando naquela noite. Ao mesmo tempo que me senti bem, me senti sujo,
um lixo na realidade, mesmo com todos os problemas, eu não deveria ter feito
isso, mas enfim, agora já estava feito.
Continuamos a nos encontrar mais
algumas vezes, no estúdio mesmo, ou as vezes em um motel, e inevitavelmente transando mais algumas
vezes. Eu amava a minha esposa, mas Rachel mexia comigo, eu não poderia negar
isso, ela era uma mulher muito gostosa, de um corpo incrível, e de curvas impecáveis,
era atraente, tinha um bom papo, e me entendia.
Hoje tive um
dia corrido, mas tinha que ir embora cedo por que era o nosso aniversario de cinco anos
de casamento, tinha comprado um gargantilha para ela, e a
levaria para jantar, tinha esperança de que ela estivesse mais maleável hoje.
Estava pronto para ir embora, todos já tinham se retirado, eu ficava sempre por
ultimo ultimamente, sempre esperava a Rachel pois era o horário que ela
aparecia, e hoje não seria diferente, mas eu não ficaria com ela pois iria pra
casa mais cedo. Estava sentando no sofá, e tinha deixado a porta principal do estúdio
aberta como sempre fazia para que ela entrasse, senti o seu perfume invadir o
ambiente, sempre que o sentia estranhamente ficava mais calmo, e sereno.
Senti
as suas mãos nos meus ombros já me fazendo uma deliciosa massagem, fechei os
olhos momentaneamente e aproveitei as suas mãos me tocando com cuidado. Senti a
sua boca tocar o meu pescoço, me dando alguns beijos deslizando pelo meu ombro,
assim como as suas mãos pelo meu peito, era muito bom sentir o seu toque
quente, ela era uma mulher cheia de fogo e desejo, sabia como deixar um homem
louco com apenas alguns toques.
Sei que o que estou fazendo e errado, e inaceitável,
mas aconteceu, foi quase que inevitável, eu sou homem, preciso atender as
minhas necessidades, e já que a minha mulher não esta fazendo isso, por que não
procurar na rua? Estou sendo completamente machista, e confesso que se fosse ao
contrario, eu surtaria.
Segurei em
seus braços e disse que precisava ir embora hoje, que não poderia ficar, ela
relutou um pouco e me pediu que ficasse, sentou no meu colo e começou a me
beijar intensamente, as suas mãos passeavam pelo meu corpo, a sua boca invadia
a minha sem permissão, era um beijo bruto e cheio de urgência, e desejo, e que a cada
minuto ficava ainda melhor.
Senti as suas mãos arrancarem a minha blusa,
enquanto a minha abria o fecho do seu vestido, em poucos minutos já estávamos
despidos e desfrutando de um sexo cheio de excitação, e prazer.
Estava sentado
no sofá enquanto ela se movimentava rapidamente no meu colo, desfrutava de cada
centímetro do seu corpo, enquanto ela gemia coisas impronunciáveis ao pe do meu
ouvido me deixando ainda mais excitado e cheio de tesão.
As suas mãos apertavam
com vontade as minhas costas enquanto ela rebolava no meu membro me levando ao
êxtase total, gemíamos juntos em um coro delicioso, ela era uma mulher muito
gostosa e sabia fazer muito bem, sabia me deixar sedento por mais.
Estávamos
aproveitando um do outro, completamente entregues aquele momento delicioso
cheio de prazer quando inesperadamente e infelizmente fomos interrompidos.
-Eu não
acredito no que eu estou vendo e ouvindo!
Senti o meu
corpo gelar, o tesão desapareceu em um passe de mágica dando lugar ao
constrangimento, a humilhação e a tristeza. Sei que estava errado, mas ela não
precisava saber assim.
-Agatah, eu
posso te explicar!<disse assim que nos desconectamos e cobri o meu corpo com
a minha roupa>
-A típica
frase né Bruno, “eu posso explicar” o que você vai explicar?... Eu estou vendo você com esta vagabunda! <ela estava com o semblante de ódio, acho que ela
seria capaz de nos matar ali e agora>
-Agatah, se
acalma, e me ouve!<disse colocando a calça pelo menos>
-EU NÃO
QUERO OUVIR PORRA NENHUMA, EU QUERO TE MATAR BRUNO, MATAR VOCÊ E ESTA VAGABUNDA DESGRAÇADA!<disse já indo pra cima da Rachel, eu tentei segura-la mas não
cheguei a tempo>
Elas
começaram a se atracar no meio do estúdio, derrubando o que estava pela frente,
elas trocavam socos, puxões de cabelo, arranhões, enfim, eu fiquei sem saber o
que fazer, sem saber quem segurar, estava sozinho nessa, e só poderia escolher
uma ou entrar no meio.
Resolvi me arriscar e entrar no meio, confesso que nunca
apanhei tanto, das duas ao mesmo tempo, eu tentava separá-las, mas estava
complicado, a Agatah queria arrancar a cabeça dela, e quando me viu tentando
apartar, mudou o foco e começou a me agredir, segurei os seus braços com certa
dificuldade, enquanto a Rachel se vestia no canto do estúdio, ela estava
revoltada e eu não tirava a sua razão.
-EU TE
ODEIO, VOCÊ E UM LIXO, EU TE ODEIO DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO!... VOCÊ NÃO
PRESTA!<ela se debatia enquanto a segurava com força>
-POR FAVOR
AGATAH ME OUVE!
-EU NÃO
QUERO OUVIR NADA QUE SAIA DESTA SUA BOCA IMUNDA!<disse se desvencilhando dos
meu braços>
-QUER SABER,
E MUITO BEM FEITO!<ela me encarou indignada>... E ISSO Ai QUE VOCÊ ESTA
OUVINDO, VOCÊ E BIPOLAR AGATAH, UM DIA ESTA FELIZ E CHEIA DE AMOR PRA DAR, E NO
OUTRO ESTA DEPRESSIVA E QUERENDO ME MATAR SEM MOTIVOS!... VOCÊ E UMA PESSOA
ESTRANHA, SE TORNOU ESTRANHA...
-NADA DISSO
E MOTIVOS DE UMA PALHAÇADA DESTAS!... VOCÊ ACHA QUE EU MEREÇO ISSO?... EU
SEMPRE FUI A SUA COMPANHEIRA, INDEPENDENTE DO MEU HUMOR, INDEPENDENTE DE
QUALQUER COISA!<me encarou>... E VOCÊ PARA DE RIR SUA VAGABUNDA, APOSTO QUE ERA ISSO QUE VOCÊ QUERIA NÃO E?<foi novamente pra cima da Rachel>
-EU NÃO
ESTOU RINDO, VOCÊ ESTA MALUCA?<se defendeu>
-SOLTA ISSO
AGATAH!<disse assim que a vi pegar uma guitarra e ir pra cima dela>
-EU DEVERIA
QUEBRAR ESTA SUA CARA DE VADIA!<disse assim que tirei o instrumento da sua mão>
-AGATAH POR
FAVOR PARA COM ISSO...
-ME
SOLTA!... REALMENTE NÃO VALE A PENA, EU NÃO VOU FICAR AQUI OLHANDO PARA A CARA
DE VOCÊS!<ela pegou a bolsa e as chaves do meu carro que estavam sobre a
mesa e saiu correndo>
Eu tentei ir atrás
dela, mas como tive que desviar de alguns cacos de vidro por estar descalço, não consegui alcança-la. Quando cheguei do lado de fora ela já estava cantando pneu, e em seguida sumiu a
toda velocidade. Voltei para o interior do estúdio e a Rachel estava terminando
de se vestir, ela tinha culpa, mas eu tinha mais, se eu quisesse não teria me
envolvido com ela, eu estava me sentindo muito mal agora, e definitivamente
perdido.
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