BRUNO ON
Depois do meu desentendimento com a Sophia,
eu resolvi me deitar e tentar descansar, eu sei que tinha sido seria como a
muito tempo não tínhamos, para ser mais exato desde que ela inventou de
namorar com garoto muito estranho, um tal de David. Só de pensar que a minha
menininha cresceu, e já tem marmanjo batendo a minha porta a pedindo em namoro, me deixa arrepiado.
Eu estava tentando relaxar e tirar da minha cabeça os
pensamentos ruins que a estava povoando, quando a Agatah entrou no quarto
perguntando o que eu tinha dito para ela, e claro que se eu dissesse que tinha dado a intender que tinha mandado a nossa filha sair de casa, "claro de um jeito torto mas mandei". Acho
que ela me mataria.
Preferi tentar desviar desta resposta e argumentar
primeiro, mas acabamos discutindo, e feio. Infelizmente a vida conturbada de antes
estava voltando com tudo, ela estava muito estranha, afastada de mim e
completamente fria, a nossa vida ultimamente era só brigar, tínhamos raros
momentos de paz e carinho.
Eu tinha falado com o Ryan e ele iria
sair comigo para tentar acha-la, iriamos procura-la em qualquer lugar, o
importante era não ficar parado, e
recebendo os olhares de reprovação da Agatah.
Assim que ele chegou, disse que a Daiana tinha vindo junto para ficar com a Agatah, eu disse a ela
e desci, encontrei com a Daiana na sala e nos cumprimentamos, assim que entrei
no carro, o Ryan me perguntou o que tinha acontecido, eu contei tudo a ele com
riqueza de detalhes.
-Porra cara eu não acredito que voçe
fez isso, convidar a sua própria filha a sair de casa!
-Eu não imaginava que ela iria fazer
isso!
-A para cara, estamos falando da
Sophia, ela e mais geniosa do que voçe, e a Agatah juntos!
-Eu sei que eu errei cara!... Estou péssimo por isso, e para completar ainda briguei de novo com a Agatah!
Se arrependimento matasse, eu estaria duro
agora. Como eu pude falar daquele jeito com a minha princesa. Quando a Agatah
disse que ela tinha saído de casa quela hora, e com uma mala nas mãos, eu quase
surtei, eu não imaginava que ela iria fazer isso, eu disse da boca pra fora,
eu não queria que ela fosse embora, e claro que não. Ela e a minha menina, a minha princesa, sera para sempre a minha princesa.
Ja estava quase amanhecendo,
o Ryan e eu já tínhamos procurado em vários lugares, bares de adolescentes,
baladas, pubs, enfim tudo que estivesse aberto aquela hora, ela não era muito
de sair a noite, era raro, pois eu quase não deixava, a não ser quando ela estava com a Mila, e o Liam.
-Caramba como eu não pensei nisso, o
Liam!<disse já pegando o celular>
-Sera que ela esta com ele?
-Eu não sei, mas ele e um dos únicos que ainda não liguei!
-Tomara que ela esteja com ele, eu
estou preocupado com a minha garotinha!<disse assim que paramos em um sinal
vermelho>
-Tomara!... Alo Liam!
-Tio Bruno?<disse com voz de
sono>
-E meu filho, desculpa te acordar, mas
por acaso voçe sabe da Sophia?<estava ansioso>
-Olha tio, saber , eu sei...
-Graças a Deus aonde ela esta?
-Ela esta muito triste com o senhor!
-Eu sei disso, eu errei com ela, mas
eu estou muito arrependido!... Por acaso ela entrou em contato com vocês?
-Ela vai me matar!... Ela esta na casa
da Mila!
Quando ele me disse aonde ela estava,
senti o meu coração acelerar ainda mais, ao menos sabia que ela estava bem. Pedi que ele
me passasse o seu endereço, e assim ele fez. Fui falando para o Ryan que programou o GPS, agradeci pela informação, e desliguei.
Seguimos para o endereço indicado, assim que chegamos observei que era uma área mais humilde da
cidade, e o prédio ate que era bonitinho, o bairro parecia ser bem tranquilo e
familiar, mas mesmo assim eu queria a minha filha em baixo do meu teto. Olhei
pra o relógio e tinha acabado de marcar sete da manha, seguimos para a portaria, eu falei com o porteiro que eu queria falar com a minha filha que estava na
casa de uma amiga. Depois de interfonar, ele disse que elas não estavam
atendendo e provavelmente ainda dormiam, eu agradeci e voltamos para o carro,
eu esperaria ali ate ela acordar ou sair do prédio, eu só sei que iria falar
com ela a todo custo.
Depois de uma hora mais ou menos o Ryan estava cochilando, e eu estava super alerta e ansioso, eu queria poder
falar com ela pedir desculpas, eu não queria ter brigado e nem gritado com ela,
eu só queria que ela voltasse para casa.
Sai do carro e fui pedir ao porteiro para interfonar para ela novamente, fiquei aguardando a sua resposta
no portão do lado de fora, olhei para o lado, e o Ryan estava com cara de zumbi me olhando. Coitado, estava rodando a noite toda comigo, deveria estar só o pó.
Depois de algumas tentativas, eu vi enfim o porteiro falando com alguém, e em
seguida o portão destravando, entrei e ele disse que poderíamos subir.
SOPHIA ON
Depois de uma noite bem mal dormida,
acordei com a Mila me chamando dizendo que o meu pai estava na portaria, eu me
assustei por que ele não tinha ideia de onde a Mila morava. Ela perguntou se
poderia autorizar a subida dele ou não, eu disse que tudo bem, e que uma hora teríamos que ter esta conversa, e pelo que eu conhecia o meu pai, se eu não falasse com ele, era capaz dele montar acampamento na portaria do prédio.
Me
levantei fiz a minha higiene pessoal, tomei um banho rápido, me vesti e logo
segui para sala, assim que entrei o meu pai, e o tio Ryan estavam sentados no sofá.
-O que o senhor esta fazendo aqui?...
Eu já não sai da sua casa como me pediu?<disse o assustando>
-E voçe acreditou?... Eu falei na hora
da raiva filha, jamais eu iria te expulsar de casa!<disse me encarando assim
que levantou>
-Mas eu acreditei, e nem adianta me
pedir para voltar por que eu não vou!
-Voçe vai sim mocinha!... Eu sou o seu
pai!
-Eu já tenho 18 anos...
-E dai, a maioridade aqui e com 21!
... Aqui não e o Brasil!
-Não me interessa pai, eu não vou
voltar, chega, acho que esta na hora de eu começar a viver a minha vida, errar
hoje para acertar amanha, se eu permanecer na cola de vocês, eu nunca vou aprender a me virar sozinha, e eu não quero isso!
-Eu não quero que voçe saia de casa
assim!... Como voçe vai fazer para viver?... Voçe acha que a mesada que te dou
sera suficiente para voçe se sustentar, pagar as suas contas, e viver
confortavelmente?
-Não!... Por isso que eu vou arrumar
um emprego!... E por falar nesta mesada, aqui esta o cartão!<o entreguei>
-Eu não quero, só quero ter ver em
casa pela manha, tomando cafe com a sua família...
-Desculpa, eu sinto muito de verdade,
mas eu não vou voltar!!
-Sophia, escuta o seu pai...
-Eu não quero mais pai, eu quero ser
independente...
-Sabe desde que horas eu estou te
procurando...
-Eu quero poder trabalhar, ter o meu próprio dinheiro...
-O Ryan e eu estamos dirigindo por Los
Angeles a noite inteira atrás de voçe...
-Quero poder acordar cedo, e enfrentar
um dia de trabalho duro, fazer o meu estagio...
-A minha cabeça esta doendo, eu estou
a mais de vinte e quatro horas acordado...
-DEU!.. Sera que vocês podem ao menos
se ouvirem?... Eu ainda não dormi, não estou conseguindo processar a conversa!...
E aposto que nem vocês ouviram uma palavra do que o outro falou!
-Aceita um cafe tio Ryan?<disse a
Mila com uma caneca em mãos contendo um sorriso>
-Obrigado!<disse assim que pegou a
caneca>
-Ta vendo pai, nos não temos mais o
mesmo relacionamento de antes!... Voçe e a mamãe vivem brigando, não se
entendem mais, e eu estou vendo a hora de isso não afetar só vocês dois, e sim
os gêmeos!... O Nick já e um homem, e daqui a pouco também vai estar saindo de
casa!
-A sua mãe e eu vamos conversar, voçe
sabe que nos amamos, e ela e a mulher da minha vida, estamos passando só por
uma fase difícil, mas já vai passar eu prometo!... Agora vamos para casa?<me
aproximei dela segurando em sua mão>
-Pai, meu pai!... Eu não fiquei triste
com o que aconteceu ontem, na realidade eu já estava querendo fazer, eu só estava esperando uma oportunidade, e ela chegou!... Eu te amo, e amo muito
a mamãe, e só quero que voçe seja feliz, que vocês sejam felizes, eu quero poder estar casada, e ir visita-los no final de semana com o seu neto nos
braços...
-VOCÊ ESTA GRAVIDA SOPHIA
HERNADEZ?<gritou me assustando>
-Não pai, eu só estou
comentando!<sorrimos, e só ele permaneceu serio>... Eu quero ter a minha
vida, eu não nego que penso em encontrar alguém que possa me fazer feliz assim como voçe fez, e faz a mamãe feliz, mas agora eu só quero tentar construir a
minha vida!
-Voçe não pode esperar mais um
pouquinho, sei la mais uns... Vinte anos?<sorri>
-Não pai, sera agora!... Eu prometo me
cuidar!
-Mas aonde voçe vai morar?
-Por hora aqui com a Mila, se ela não se incomodar, né amiga?<a olhei >
-Claro que não!<sorriu>
-Aqui?... Mas aqui e muito pequeno, e
voçe esta acostumada a morar em uma casa...
-Pai!<sorri>
-Já vi que eu posso passar o dia
inteiro aqui, e voçe não vai mudar de ideia né?
-Não!... E estas são as chaves do
carro que voçe me deu!<disse as colocando em sua mãos>... Eu quero
conquistar tudo com as minhas próprias mãos!
-Não mesmo, voçe não sabe como e difícil...
-Eu quero descobrir!... Eu quero saber
como e a vida ai fora!
-Não, eu só vou aceitar que voçe saia
de casa, com três condições!
-Três?<disse espantada>... Quais papai?
-Primeira, que voçe continue com o cartão, o carro, e aceite um apartamento mais próximo da faculdade, la voçe pode
morar com a MIla, assim vocês saem daqui, eu não gostei deste bairro!<pegou em minhas mãos e me
encarou>
-Pai, eu não posso aceitar!... E aqui e bem tranquilo e familiar!
-Então voçe vai comigo agora!<disse
se desvencilhando das minhas mãos>
-Ta bom!... Mas conforme eu for
conquistando as minhas coisas, vou te devolvendo o que voçe me deu!<o
encarei>
-Ta bom!<sorriu>... Quero deixar
bem claro que voçe ainda esta ficando contra a minha vontade, mas estou
aceitando por que quero ver voçe feliz!
-Obrigada pai!<nos abraçamos>
-Mas não esquece de ir falar com a sua mãe, ela esta muito preocupada com voçe!
Nos conversamos mais algumas coisas e
por fim ele foi embora, com a condição dele procurar um apartamento para mim,
eu concordei para ver se ele ficava mais conformado ou animado, mas mesmo assim não ficou satisfeito, mas era o que tinha para hoje.
Como já tínhamos perdido a
hora da faculdade decidimos ficar em casa e ver uns flmes para matar o tempo.
BRUNO ON
Depois de ter praticamente implorado
para a Sophia voltar para casa comigo, eu estava decepcionado em não ter
conseguido leva-la para casa, mas fiquei "bem" em saber que ela
estava de certa forma feliz, e não ficou tao magoada comigo como eu imaginei. A unica coisa que ela quer e crescer e aprender com os próprios erros, e eu como
um bom pai tenho que aceitar que ela cresceu, e que não e mais uma criança, alem de já estar na hora dela errar, e acertar para descobrir o que fazer, e o que não fazer novamente.
Seguimos para casa, eu estava realmente muito cansado, e o
Ryan nem se fale, eu já estava a ponto de tomar a direçao dele, com medo dele
bater com o carro.
Assim que chegamos na minha casa, ele
me pediu para que eu chamasse a Daiana, por que ele iria embora dali mesmo, eu
concordei e o agradeci por ter ido comigo.
-Demetria bom dia!<disse assim que
entrei na sala>
-Bom dia Sr. Bruno, achou a Sophia?
-Achei sim, ela esta bem!...Sera que
voçe poderia chamar a Daiana, acho que ela esta no quarto com a Agatah?<me
sentei>
Fiquei pensando nas palavras que a minha filha disse sobre as nossas brigas que estava passando dos limites, e
ela tinha rasão, estava ficando sufocante, e se tornando um relacionamento pesado, desgastado, e extremamente insuportável. Fui despertado dos meus pensamentos por um sinal de mensagem.
"Claro que aceito sera maravilhoso,
estarei no mesmo horário em frente ao estúdio!... Cafe ou um jantar hoje??...
Já estou ansiosa, beijos! By Rachel"
Li a mensagem e senti um certo remorso em estar trocando mensagens, e marcando encontros com outra mulher, e
desconfortante. Tratei de retirar estes pensamentos da minha cabeça, afinal eu não estava fazendo nada de mais, nos somos apenas amigos.
-Sr. Bruno elas não estão no quarto,
ele esta completamente vazio, tem algumas coisas fora do lugar, mas esta
vazio!<disse assim que desceu as escadas>
-Impossível, eu as deixei em casa
quando sai!... Aonde que elas se meteram?
-Eu não vi nada, ninguém desceu ainda
para o cafe!
-Obrigado Demetria!... Alo
Ryan!<disse assim que ele atendeu eu tinha que falar com ele a mulher dele, e
a minha tinham evaporado>
-Fala cara, cade ela eu estou morrendo
de sono!<reclamou>
-Cara, as nossas mulheres sumiram!
-Para de sacanagem cara, cade a Daiana?... Chama ela logo, eu estou cansado!
-Eu estou te falando, a Agatah e a
Daiana simplesmente sumiram, ninguém sabe delas!<falei meio tenso, acho que
agora ele acreditou>
-Porra!<desligou>
Em pouco segundos ele estava dentro de
casa com o celular nas mãos, provavelmente estava ligando para ela. Eu também tentei ligar para a Agatah, mas só dava caixa postal, e em poucos minutos eu já estava nervoso novamente, tudo bem que não estamos nos entendendo como antes,
mas dai a ela simplesmente sumir, já e um
pouco demais.
-Bom dia pai, tio Ryan!<disse Nick
assim que entrou na sala>
-Bom dia filho!... Voçe não viu a sua mãe, e a sua tia Daiana?
-Não, o que aconteceu?
Eu expliquei a ele tudo o que tinha acontecido sem esquecer de nenhum detalhe, foi difícil ver nos seus olhos, e no
seu rosto a desaprovação, desprezo, e decepção que ele estava sentindo no momento, ele parecia não acreditar no que eu estava lhe contando. Mas apesar de
de tudo, ele não me julgou.
- Ola, bom, eu quase não postava hoje, pois passei um final de semana muito mal, eu estava no hospital com a minha madrinha, minha unica referencia de mão, ela sofreu um infarte, e esta internada ainda, esta instável, por isso fiquei sem cabeça para escrever, desculpem qualquer coisa!
- Queria pedir para que se não for pedir demais, por favor torçam por ela! Obrigada...
- Não sei se conseguirei postar mais algum esta semana, pois terei que ficar com ela durante a noite, mas enfim! Boa leitura todas...
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