sexta-feira, 26 de julho de 2013

A VERDADE ENFIM APARECE CAP -41


Porque eu não quero perder você agora
Estou olhando bem para a minha outra metade
O vazio que se instalou em meu coração
É um espaço que agora você guarda
Mostre-me como lutar pelo momento de agora
E eu vou lhe dizer, baby, foi fácil
Voltar para você uma vez que entendi
Que você estava aqui o tempo todo
É como se você fosse o meu espelho
Meu espelho olhando de volta para mim
Eu não poderia ficar maior
Com mais ninguém ao meu lado
E agora está claro como esta promessa
Que estamos fazendo
Dois reflexos em um
Porque é como se você fosse o meu espelho
Meu espelho olhando de volta para mim
Olhando de volta para mim

AGATAHA ON

Ja estava ficando preocupada com a demora do Bruno e a Sophia, então eu resolvi descer ate a recepção  onde o sinal era melhor, queria poder saber onde eles estavam. Ele me disse que ela estava dormindo, eu achei estranho pois ela não era de dormir no carro, mas resolvi não me preocupar, afinal ela estava com o pai. Nos despedimos, e ele disse que já estava próximo  Quando eu estava indo para o elevador, para retornar ao quarto do Nick, eu vi um certo movimento no PS do hospital, em seguida ouvi uma mulher gritando muito para que salvassem o seu filho, e eu como pediatra, decidi ir ver o que estava acontecendo. Assim que me aproximei do PS, me deparei com uma visão de guerra, fui informada que havia tido uma colisão entre um ônibus e alguns carros de passeio na avenida principal, e como aqui era o hospital mais próximo todos os feridos vieram pra cá.

Me aproximei da jovem que estava aos prantos, e disse que estava tudo bem, e que logo ela seria atendida. Ela segurou firmemente em minha mão, e com os seus olhos imersos em lagrimas, ela me pediu socorro. Olhei para o lado e vi a Carly vindo em nossa direção. Pedimos ao maqueiro que a levasse para um dos consultórios que tem aparelhagem de ultrassom, seguimos atras deles e assim que entramos, eu me ofereci para ser a enfermeira da Carly, pois todas as outras outras estavam ocupadas. Enquanto eu terminava de tomar os seus dados pessoais, ela preparava a jovem para o exame.

-Qual e o seu nome meu anjo?<perguntei calmamente ao seu lado>

-Alicia, Alicia Hênderson!<disse com muita dificuldade>

Quando ela me disse o seu nome, na hora eu me lembrei da tal Alicia que ligou para o Bruno um dia antes de irmos buscar as crianças no aeroporto, mas seria muita coincidência. Terminei de preencher a sua ficha e a Carly estava começando a fazer o exame, olhávamos atentamente a tela do minutor e de cara eu notei algo muito estranho. Ao termino do exame, ela pediu que a jovem se recompusesse e seguisse para o consultório.


-Doutora, o meu bebe esta bem ,não esta?

-Por favor, querida conversaremos no consultório!… Vamos doutora?< disse me encarando>

-O bebe dela morreu, não foi Carly?<perguntei assim que saímos do consultório>

-Sim!… Mas ela e jovem, poderá ter outros filhos!< disse com o resultado me mãos>

Eu a encarei e não pude deixar de notar a frieza em sua voz. Eu estava acostumada a dar este tipo de noticia, mas era sempre muito difícil pra mim. Estávamos sentadas quando ela retornou ao consultório, ela estava visivelmente abalada e abatida, não sei se pelo susto, ou por já temer o pior. Ela se sentou e eu pedi licença, não queria ter que presenciar a dor de ver uma mãe recebendo a noticia de que ela não terá mais o seu tao esperado bebe ao seu lado. Assim que eu sai do consultório, não pude deixar de ver as pessoas feridas espalhadas pelo PS, eram adultos, crianças e idosos espalhados pelos corredores. O choro das crianças presentes ecoavam pelos corredores do hospital, e a sensação de impotência só aumentava, pois eu não poderia se quer tentar ajudar alguns daqueles inocentes que clamavam por socorro.
Parei no meio daquele caos e fechei os olhos, tentando criar forcas, e coragem para sair do meio daquilo tudo, sentia as pessoas apressadamente passarem por mim, as lagrimas se faziam presente em meus olhos ainda fechados, senti um aperto no peito e uma angustia tomar conta de mim, senti a necessidade de ficar perto dos meus filhos. Sai do meio daquela confusão o mais rápido que pude, segui ate o elevador, tudo ao meu lado parecia estar em câmera lenta, eu estava completamente atordoada, a demora do Bruno com a minha menina, estava me deixando mais tensa ainda. O elevador parecia ter esquecido o caminho do térreo de tanto que demorava. Senti um alivio no peito quando ouvi a voz do Bruno atras de mim.

-Agatah,o que esta acontecendo aqui, o hospital esta um caos!<disse olhando para os lados>

-Amor!… Acontecer um acidente na principal e todos os ferido foram trazidos pra cá!… Que bom que vocês chegaram!<o abracei>… Mas cade a minha filha?<Perguntei assim que nos desvencilhamos>

-Então meu amor…

-Filha! <o interrompi, assim que a vi entrando pela lateral do hospital>

-Meu anjo! <foi em sua direção>

Ele a abracou fortemente, e ela por incrível que pudesse parecer, não correspondeu ao seu abraco. Eu fiquei confusa quando o vi chegando sem ela, e mais ainda agora depois desta atitude. Com isso pude presumir que estava acontecendo algo.

-Mãe eu preciso te falar uma coisa muito seria!<me encarou ainda abracada ao pai>

-Filha! <ele a olhou>

-Sera que alguém pode me explicar o que esta acontecendo?<os encarei friamente>

-Ele vai ter um filho com outra mulher!<me olhou com os olhos já vermelhos e com as lagrimas minando de seus olhos>

-Filho?… Isso só pode ser brincadeira, não e Bruno?<desviei o olhar dela o encarando agora>

Ele apenas me olhou momentaneamente abaixando o olhar em seguida, ficando em silencio total, aquele silencio de culpa, isso já era o suficiente para que eu tivesse total certeza de que tudo o que a Sophia estava falando era a mais pura verdade. Aquelas palavras bateram como um iceberg em meu peito, o seu silencio confirmando o que eu tinha acabado de ouvir, era a pior parte. Olhei para a minha filha e ela estava com umas roupas que eu ainda não tinha visto com ela, mas eu preferi deixar esta parte para depois. Pedi que ela subisse para o quarto do Nick e ficasse com a sua tia, eu não queria que ela participasse da minha conversa com o seu pai.

-Por favor, meu anjo suba para o quarto do Nick e fique la com a sua tia, o seu pai e eu já voltamos!<disse sem desviar os olhos do rosto dele>

-Mas mãe…

-Sem mais Sophia, somente vá e faca o que eu te mandei!… Por favor! <sorri a contra gosto>

Ela me olhou seriamente, e eu apertei o botão do elevador, assim que a porta se abriu, ela entrou e nos olhou com um olhar vago, e com um fundo de decepção, completamente aceitável. Bruno e eu seguimos em total silencio para a saída lateral do hospital. Antes que pudêssemos pegar o corredor de acesso a garagem, uma jovem falou com ele.

-E ai Bruno, como a…

-Agora não Alexia! <foi ríspido com a jovem que o olhou assustada>

-Quem e a jovem?

-Uma amiga!

-Hum… Sera realmente só uma amiga Bruno?… Por que, depois do que eu ouvi da nossa própria filha, eu não sei se confio mais em você! <disse parando para encara-lo>

-E somente uma amiga!… Vamos?<ele tentava esconder a sua tensão>

Saímos do hospital em meio a muitos flaches e perguntas dos “urubus", mas sem responder a nenhuma.
Entramos no seu carro e saímos daquela confusão o mais rápido possível. Pouco tempo depois de termos saído do hospital, ouvimos o seu celular tocar, virei o rosto para a janela a fim de lhe dar privacidade para atender ao seu telefonema. Assim que paramos em um sinal, ele atendeu. Disse que estava tudo bem e que “ela" estava em segurança, presumi que fosse o Dre ou o Greg, então em seguida ele desligou, e o sinal nos deu livre passagem. Ele me perguntou pera onde iriamos e eu disse que era melhor irmos para a minha casa. Durante tudo o trajeto, nos não trocamos uma palavra se quer. Era torturante pra mim saber que estávamos “juntos", e tinha outra mulher esperando um filho dele.
Eu não sabia de quanto tempo seria a sua gestação, não sabia se ela tinha engravidado antes ou depois dele me pedir em casamento, ou se foi bem antes de voltarmos para Los Angeles. As duvidas e informações não paravam de martelar em minha cabeça, me deixando completamente atordoada. Confesso que em um certo momento do trajeto senti os meus olhos arderem e as lagrimas quererem ultrapassar os limites dos meus olhos, mas eu respirava profundamente e as impedia de ultrapassar o limite que as impus. Era decepcionante para mim, ver e saber que o homem que eu amo, em breve terá um filho com outra mulher.

Alguns minutos depois, chegamos no condomínio, em seguida ele estacionou em frente a minha casa. Sem esperar qualquer reação sua, eu imediatamente sai do carro e entrei casa a dentro sendo seguida por ele. Falei com a Demétria, e ela perguntou se tínhamos vindo para o almoço, e rapidamente disse que não, e que ela não deveria se preocupar com isso, pois a nossa permanência na casa seria a mais breve possível. Entrei no meu escritório/biblioteca, coloquei a minha bolsa no sofá, e me acomodei na cadeira a frente de uma escrivaninha que eu usava pra ler, e fazer as minhas pesquisas medicinais.

-Senta!<apontei a cadeira a minha frente>

-Nao!… Estou bem de pé!

-Como queira!… Acho que agora podemos conversar não?

-Sim, se e que ainda tem algo para se falar, afinal a Sophia já disse tudo!

-Eu sou uma completa idiota mesmo, eu ainda imaginava que quando chegássemos aqui, você poderia falar que tudo não passava de um equivoco, e que a Sophia tinha, sei-la, imaginado coisas!… Mas eu estou vendo que a unica que imaginou algo aqui foi eu!< eu estava com o coração nas mãos, a decepção era mais do que aparente em meu rosto>



-Agatah meu amor, as coisas não aconteceram assim…

-Bruno só me responde uma coisa! <ele se sentou>

-Claro, estamos aqui para esclarecer as coisas não e?

-Você sabia que ela estava gravida quando você me pediu em casamento, e colocou esta aliança que representaria o seu amor carinho e “FIDELIDADE" em meu dedo?<levantei a mão em que estava a aliança>

-Eu posso te explicar como tudo aconteceu…

-Oras Bruno, eu sei como acontece, eu sei como se faz um filho, não subestime a minha inteligencia, afinal eu também estou gravida de você!… Engraçado como as coisas acontecem, estou vivendo um deja-vu!… Eu quero apenas que você me responda!

-Por favor, deixa eu explicar, você vai me compreender!

-Ou não!… Mas prossiga! <fiz um gesto com a mão para que ele continuasse>

-Quando nos despedimos em Massachusetts, você disse que viria para Los Angeles, mas não disse quando…

-A CLARO, AI VOCÊ SE ACHOU NO DIREITO DE ENGRAVIDAR OUTRA MULHER?… CLARO, VOCÊ ESTA CORRETO! < me alterei, eu não poderia acreditar que ele ainda iria querer colocar a culpa em mim>

—Não meu amor!… Aconteceu…

-E SEMPRE A MESMA DESCULPA “ACONTECEU" VOCÊS NÃO TEM MAIS NADA DE CRIATIVO PARA FALAR?

-Agatah, deixa eu falar, você esta tirando conclusões precipitadas!

-PRECIPITADA?… VOCÊ SABE QUAL FOI A UNICA COISA PRECIPITADA QUE EU FIZ?…VIR PARA LOS ANGELES, VOLTAR PARA VOCÊ, VOLTAR CORRENDO PARA OS SEUS BRACOS… Para a sua cama, isso foi precipitado, eu sou uma burra mesmo!< senti uma pontada, e levei uma das minhas mãos a mesma>

-Você esta bem?… Esta vendo só, você não pode se exaltar meu amor!< se aproximou de mim>

-Não me encosta, e não me chama de amor!

-Agatah…

-Sai da minha casa!

-Como?

-E ISSO MESMO QUE VOCÊ OUVIU, ESTA SURDO OU QUER QUE EU DESENHE? <senti uma nova pontada me fazendo gemer de dor>

-Eu não vou embora daqui com você passando mal!… O filho também e meu!

-Você não esta encontrando a porta, deixa que eu a abro para você!

Me levantei para seguir ate a porta, mas senti uma nova pontada ainda mais forte do que as outras duas e algo escorrer pelas minhas pernas, quando eu olhei não pude acreditar no que estava vendo, eu estava sangrando. Bruno e eu nos encaramos, senti a minha visão ficar turva, e uma tontura extremamente forte, senti as mãos do Bruno ao redor do meu corpo e a sua voz ao longe me dizendo que iria me levar de volta ao hospital, e em seguida tudo ficar completamente escuro.

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