Dei uma olhada geral pela casa, e realmente estava tudo nos conformes, segui para a sala de jantar e ela estava completamente ocupada, sorri de satisfação ao ver que a minha mesa estava repleta de pessoas que amo, e admiro, na mesa estavam Angel, kam, Mad, Brandy, Zadeh e Zaima, alem dos meus amores.
-Bom dia!... Espero que tenham dormido tao bem como eu!<disse ao me sentar>
-Bom dia!<responderam juntos>
-Dormimos bem sim tia, e você?
-Eu?... Ótima, dormi realmente muito bem!<sorri amarelo>... Vocês vão ficar para o almoço né?
-Desculpa tia, mas e que a Brandy e eu vamos para a casa da mãe dela!
-Eu vou pra casa do meu namorado!<disse Zayma com um lindo sorriso>
-E nos, vamos sair para almoçar fora, não e amor?
-Resumindo, vão me abandonar, tudo bem!<fingi estar triste>
-Para de drama Agatah!<sorrimos>
Tomamos um cafe reforçado com muitas frutas e cereais. Apos a refeição como já estavam prontos, todos foram embora, ficando somente as crianças e eu. Eu disse as crianças que queria falar com elas, eu queria contar a minha decisão, e saber se elas estavam de acordo, pois todos teríamos que ir, então, subimos para o meu quarto.
-Sentem-se por favor!<segui ate a janela para abrir a cortina>
-O que e de tao importante?<disse Nick se deitando na cama>
-Eu queria fazer uma pergunta a vocês, na realidade um pedido, mas que só se realizara se todos concordarem!
-Fala logo mãe!
-Eu queria saber se vocês querem passar a virada de ano no Rio, na praia de Copacabana!
-No Brasil?<Nick se espantou>
-Não, Bulgária!... Lógico seu lerdo!
-Quando você vai deixar de ser insuportável?
-Quando você deixar de ser idiota!
-Parem os dois!... Sophia o seu irmão não e idiota!... E a sua irma não e insuportável!
-Eu não sei se eu quero ir!<disse indo ate a janela e olhando por ela>
-Ta vendo como ela e insuportável ... Eu estou louco para ir para o Brasil, e ela sabe disso!<depois de olhar pela janela ela abaixou a cabeça>
-Calma Nick!... Filha, e só a virada do ano...
-Vamos!... Vai comprar as passagens agora?<disse me entregando o meu Notebook que estava na comoda>
-Claro!<pela sua reação, ela tinha visto algo que não a agradou>
-Isso!... Vou ficar uma semana sem te chamar de insuportável!
-Problema seu!
-Sophia!<a repreendi por estar sendo grosseira>... Eu estou olhando aqui, e tem duas opções tem um voo a esta noite mais precisamente as 23:00!... E outro pela manha, também as onze, o que vocês acham?
-Hoje!<disse Nick muito empolgado>
-Hoje?<olhei para ela>
-Tanto faz!... Vou arrumar as minhas malas!<saiu completamente desanimada>
-Vai também arrumar as suas meu amor, enquanto eu compro as passagens!<ele saiu mais do que animado>
Depois das passagens compradas, eu me levantei e segui para o meu closet,peguei as malas e coloquei uma parte das minhas roupas as dividindo nas 2 malas, eu não sabia quando iria voltar, o meu único compromisso de cara seria o casamento do Zadeh, as minhas consultas e a quimioterapia do Nick seriam somente no inicio de fevereiro, e qualquer coisa que precisasse, era só comprar pro la. Enquanto pegava as roupas que iria levar, vi o presente que eu tinha comprado para o Bruno, o peguei e coloquei em cima da cama. Guardei as minhas coisas nas malas, e separei a roupa que viajaria, quando terminei liguei para a Carly dizendo que tinha decidido viajar, ela me deu algumas instruções de como cuidar do Nick, pelo fato do Brasil ser muito mais quente que Los Angeles, principalmente esta época do ano, anotei tudo para não esquecer de nada. Liguei também para a doutora Miakko, e ela fez o mesmo me dizendo varias coisas que poderia e não fazer. (Com coisa que eu já não soubesse como me cuidar e cuidar dos meus filhos).
Apos avisar quem necessitaria estar avisado, eu tratei de ir ajuda-los com as malas deles. A Sophia não estava nem na metade, enquanto o Nick já tinha terminado, dei uma olhada no que ele iria levar e ate que estava bom, retornei ao quarto dela e disse para descermos para almoçar, pois já passavam das três da tarde, e depois continuaríamos com a arrumação das malas. Depois do almoço quase lanche, avisei a Demetria que iriamos passar a virada de ano no Brasil, e que ela e os outros estariam de folgo a partir de amanha, ou ate quando eu ligasse dizendo que estava voltando, pedi a ela que não dissessem a ninguém aonde iriamos, somente que viajamos, e mais nada. Retornei para o quarto da Sophia e a ajudei a terminar as malas, quando já estavam todas prontas, eu pedi ao Sr. Borges que as colocassem no carro, e assim ele fez. Passamos o restante do dia, revendo tudo o que levaríamos ou não, eu chequei se os passaportes e os vistor estavam realmente em dia, e para a minha sorte estava tudo certo, então resolvi ligar para a Cida no Brasil.
-Cida!<disse assim que ela atendeu>
-Dona Agatah, a quanto tempo!... Feliz natal!
-Para você também querida!... Como esta tudo por ai?
-Esta tudo ótimo, do jeito que a senhora gosta!... Quando nos fara uma visita?
-Amanha de manha!<sorri>
-Amanha?... Isso e perfeito!
-Sim, resolvemos passar a virada de ano no Brasil!
-Estou completamente animada com a noticia, e muito feliz!... Vou sair agora mesmo para abastecer a casa com tudo o que as crianças gostam!
-Pega leve com as guloseimas Cida, o Nick esta com leucemia assim como o pai, ai você sabe, tudo regrado!
-Não me diga uma coisa destas dona Agatah!<senti que ela iria chorar>
-Fica calma Cida, ele esta bem, esta muito bem na realidade!... Como esta a temperatura por ai hem?<mudei de assunto antes que ela chorasse>
-Assim eu fico mais tranquila!... Esta acima de 40 como sempre!
-Nossa, e aqui abaixo de zero!<sorrimos>
Conversamos por mais um tempinho e desligamos, olhei no relógio e já passava das sete, como o voo era as onze decidi adiantar as crianças e me arrumar, para chegar no aeroporto ao menos uma hora antes. Tudo pronto, e as 21:50 nos despedimos da Demetria ,e todos os outros os entregando o presente de natal, um dinheiro por fora. Entramos no carro e saímos de casa.
Para sair do condominial tínhamos que passar em frente a casa do Bruno, e devido a neve que ainda se mantinha devido ao frio, ele estava indo bem devagar.
Olhei para a entrada da sua casa e vi a tal Kim o abraçando, e em seguida saindo da casa dele, eu perguntei se ele não poderia acelerar um pouco mais, e dei a desculpa de não querer me atrasar, e assim ele fez. Apos uns trinta minutos chegamos ao aeroporto, ele nos ajudou com as malas, e em seguida se despediu e foi embora, fizemos check in despachamos as malas e como ainda faltavam uns vinte e cinco minutos, resolvemos comer algo, e comprar umas revistas para ler na viagem. Algum tempo depois ouvimos o nosso voo ser anunciado então seguimos para a área de embarque. Depois de acomodados, apos mais alguns minutos, enfim seguimos viagem, que por sinal foi bem tranquila, eles acabaram dormindo, e como eu estava com a cabeça extremamente cheia, segui completamente acordada, e pior com dor de cabeça. Apos horas dentro daquele avião enfim anunciaram o nosso desembarque no Brasil, apos aterrizar eu acordei as crianças e disse que já tínhamos chego.
Descemos da aeronave, fizemos o check out, pegamos as nossas malas, e seguímos para os pontos de táxi, e prontamente um senhor muito simpático colocou as nossas malas no carro e quando entramos ele pediu o nosso endereço, no qual eu o passei.
-Mãe, fala em português!<disse Nick me olhando com reprovação>
-Desculpa filho, eu esqueci!<sorri>
-Esta tudo bem senhora, eu entendi!
-Viu ele entendeu!<disse em português agora>
-Eu estou no Brasil quero falar português!<olhou pela janela>
-Sim senhor!
-Desculpa a indiscrição, mas a senhora e brasileira que passou temporada fora?<disse puxando assunto>
-Na realidade, e quase ao contrario!... Digamos que sou uma Americana apaixonada pelo Brasil!
-E que o português da senhora e muito bom!... Parece nem ter sotaque!
-E que eu passei 12 anos aqui, ai tive que ir para os Estados Unidos, onde passamos quase um ano, e agora só viemos passar a virada do ano!
-Eu preferia ter ido para Orlando!<Sophia resmungou>
-Quando eu perguntei se queria vir pra cá você concordou!<a encarei>
-Eu disse tanto faz!<ela estava seria desde a hora em que eu perguntei se queríamos vir para o Brasil>
-Olha a praia mãe!... Que saudades desta praia, desta areia, deste mar azul!... Isso e mais que perfeito!
Alguns minutos mais adentramos ao condomínio, e logo avistei a casa que eu tinha passado anos da minha vida com o Carlos. Ela continuava linda ao menos por fora, estava conservada, e o seu gramado estava lindo, logo a Cida apareceu na porta para nos receber.
-Cida!<disse Nick assim que saiu do carro ele gostava muito dela>
-Meu amor, como você cresceu!<disse retribuindo o abraço>
Apos o motorista do táxi retirar as nossas malas, eu o paguei e ele se foi, cumprimentei a cida, e ela pediu ao jardineiro para levar as nossas bagagens para dentro, eu o estranhei pois ainda não o tinha visto.
-Quem e este?... Você o contratou a pouco tempo?<disse apos entrar na casa>
-Mas que barrigão dona Agatah!...Sim senhora, o Sr. Francisco falecei no meado do ano, então tive que contrata-lo!... Desculpa não ter avisado...
-Esta tudo bem!... Estou de 5 meses!<me sentei>
-Ontem depois que a senhora avisou que viria, eu pedi que todos viessem, afinal como não tinha ninguém na casa, eu não achei necessário manter todos!
-Tudo bem Cida, eu deixei tudo sobre a sua responsabilidade!... Nossa como esta quente!<já tinha retirado o casaco, e agora retirei a blusa que estava por cima de uma camiseta>
-Realmente esta!... Querem um suco para hidratar?
-Obrigada!
-Mãe, eu vou no meu quarto!<disse e se levantou>
-Eu também!... Nem me lembro mais como ele e!<disse Nick já subindo as escadas>
Eu fiquei sozinha na sala olhando ao meu redor, a Cida não tinha mudado absolutamente nada, ela não moveu um vaso do lugar, eu sabia que tinha deixado a minha casa em boas mãos Senti uma certa paz enquanto olhava cada detalhe, da sala de estar, o meu coração doeu quando vi as fotos do Carlos emolduradas sobre os moveis, a sua expressão de feliciadade ao lado dos filhos, como eu era feliz. Cada coisa naquela casa me traziam fortes lembranças dele. Lembranças de quando eu contei que esperava a Sophia, mas que infelizmente ela não era sua filha, quando descobri que estava gravida do Nick, quando ele adoeceu, como ele me fez feliz. Estava sentindo as lagrimas se formarem em emus olhos quando a Cida entrou.
-O suco!... Trouxe de laranja, e fresquinho, acabei de fazer!<disse me entregando o suco>
-Obrigada Cida!<passei as mãos pelo rosto>
-Saudades dele né?<disse ao meu lado>
-Muitas, você não sabe o quanto!<sorri forçado>
-Mas e o pai do seu bebe?... Quem e? <sorriu>
-E o pai da Sophia!<disse naturalmente, eu gostava muito da Cida, e a tinha como uma mãe>
-Como assim o pai da Sophia!
O Carlos e eu decidimos não contar a ninguém que ela não era a filha dele, ate para não sermos julgados por ninguém e só quem sabiam eram muito poucas pessoas. Expliquei tudo a ela que foi muito compreensiva com os meus motivos. Contei a ela tudo o que tinha acontecido em Los Angeles, e ela como uma senhora vivida, me aconselhou a ter paciência que tudo iria se normalizar, se nos realmente nos amassemos de verdade, seriamos um do outro, mesmo que durassem mais treze anos.
Como ainda era cedo, por volta de 09:30 da manha, eu disse que ira descansar um pouco e que mais tarde ela me acordasse para o almoço, ela concordou e eu subi para o meu quarto. Passei nos quartos das crianças e pasmem elas estavam dormindo, ate as coisinhas deles estavam no mesmo lugar, inclusive ela adormeceu abraçada a uma foto do Carlos, eu sei que ela ama o pai, mas ela sempre foi muito apegada ao Carlos.
Eu sei que vocês já a ouviram, mas e para sentir melhor os sentimentos dela!
Sai do seu quarto e segui para o meu, já na porta eu senti uma onda de emoção tomar o meu corpo, voltar a esta casa depois da sua morte certamente seria um desafio, ou não Abri a porta do quarto, entrei olhando ao meu redor, tudo estava exatamente como o resto da casa, como eu me lembrava, me aproximei da cama e a imagem dele deitado ali, completamente debilitado, imediatamente veio a minha mente, ele estava completamente careca, magro, e com os olhos muito fundos, já no estagio final da doença, mas mesmo sabendo que estava morrendo ele ainda mantinha um sorriso em seus lábios. Neste momento foi impossível conter as lagrimas, flashs dos momentos mais felizes da nossa vida juntos, e consecutivamente os mais tristes vieram a minha cabeça, olhei para o aparelho de som na comoda e tinha um pendrive adaptado nele, eu o liguei e começou a tocar a ultima musica que ele ouviu antes de sair desta casa quase morto. Se eu já estava chorando, quando a musica começou eu me debulhei em lagrimas.
(E a que vocês já estão ouvindo!)
Me deitei na cama ouvindo a musica e chorando como um bebe, era a mesma do dia do nosso casamento, e a ultima que cantamos juntos em seu leito de descanso, dia que eu me vi sozinha e sem o meu chão sem a pessoa que jamais ousou me magoar, que jamais se quer fez algo que me deixasse triste, que me deu a sua vida de todas as suas formas, e infelizmente eu sinto que não fui a esposa que ele merecia, apesar nunca ter feito nada que o magoasse, assim eu acho que não tinha feito, mas eu sei que ele sabia que mesmo depois de anos eu ainda pensava no Bruno, e de um jeito ou de outro, eu o magoava com isso. Senti uma paz muito grande, e pela primeira vez, completamente acordada, eu o vi, ele estava lindo, parecia um sonho, ou poderia ser coisa da minha cabeça devido as emoções fortes que eu estava tendo, mas ele estava ali, e isso era incontestável ele se aproximou da cama, eu estava completamente paralisada, somente as lagrimas escorriam pelo meu rosto, eu olhava cada movimento que ele fazia sem retirar o sorriso do rosto, ele se deitou ao meu lado virado de frente pra mim e fechou os olhos, eu apenas fechei os olhos, e em meio as lagrimas, acabei adormecendo.
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