segunda-feira, 2 de setembro de 2013

ME PERDOA?... CAP -60



(Por favor ouça enquanto lê)

Ele deu partida no carro e seguimos em silencio, eu o olhava as vezes, mas ele parecia perdido, estava com o olhar vago e completamente disperso, parecia atordoado. Ele parou no semáforo e ficou imóvel olhando para frente, estava serio e com uma expressão de decepção, que já estava ficando constante em seu rosto. Ele fechou os olhos e respirou fundo, senti o meu peito doer ao vê-lo sofrer, eu não queria vê-lo daquele jeito, eu só queria abraça-lo e beija-lo, lhe dizer que eu estava aqui. Fomos dispersos por buzinas anunciando que o sinal já estava aberto para nos. Ele segui o caminho de casa, entrou no condomínio, e parou em frente a minha casa permanecendo completamente mudo.

-Você quer...

-Não, eu só quero ficar sozinho!

-Se você quiser eu...

-Eu não quero nada, só quero ficar sozinho!

-Me perdoa eu não queria...

-Agora e a sua vez de pedir perdão?... Ate alguns minutos atrás eu te pedi perdão, e você não disse nada...

-Eu cedi!... Eu aceitei ficar numa boa com você...

-Obrigado pela sua gentileza!<foi irônico>... Você só "cedeu" pelas crianças que eu sei, e mesmo assim não esqueceu de jogar na minha cara o que viu da sua...

-E claro, você acha que e fácil ver o homem que você... Ver o homem que eu amo com outra?<disse de cabeça baixa>

-Agora eu sou o homem que você ama?<me encarou>

-Você sempre foi, sabe disso...

-Eu sei que quando você ama alguém, você esta ali com ela, esta ao seu lado te apoiando...

-Eu sei, eu sei... E só eu sei como eu me arrependo de não ter ficado ao seu lado nestes últimos meses...

-E ter me humilhado na sua casa, falando na minha cara, e para quem quisesse ouvir que tudo tinha sido um erro?



-Sim!...Mas eu não olhei nos seus olhos!<segurei o seu rosto o fazendo olhar nos meus olhos>... Eu não olhei dentro dos seus olhos, assim como estou fazendo agora por que eu não conseguiria, eu não conseguiria mentir olhando nos seus olhos...Eu não conseguiria olhar como estou olhando agora, e dizer que não te amo, por que eu te amo, eu sou louca por você, me perdoa, eu não queria...

-CHEGA!<retirou as minhas mãos do seu rosto>... Eu preciso de um tempo pra mim, eu preciso ver se realmente e isso que eu quero agora, eu preciso de alguém que eu saiba que não vai me deixar na hora que eu mais precisar!... Na hora que eu errar ela simplesmente olhar pra mim, e dizer que tudo não passa ou passou de um engano... De um erro!

-Bruno, eu sei que errei com você, e errei feio, eu não quero te perder, não faz isso comigo, me desculpa, me perdoa...

-Eu conheço estas palavras, só que quem as dizia era eu!... Eu realmente preciso de um tempo só pra mim!

-Eu te compreendo!

-Que bom!... Agora eu queria ficar...

-Ficar?

-Ficar sozinho, eu quero ir pra casa, tentar digerir tudo, e colocar novamente a minha cabeça no lugar!... Você pode descrer, sera que você pode ir embora, e me deixar sozinho?<mais seco impossível>

-Claro!

Eu o olhei, e ele me encarou por uns segundos e depois virou o rosto, eu olhei para o lado de fora e caia uma neve densa, respirei fundo e quando eu ia colocar a mão na porta para abrir, ele segurou no meu braço, senti o meu coração disparar, olhei para a sua mão, e elevei o meu olhar ao seu, ele me encarava seriamente, fechou os olhos respirou fundo e me puxou dando-me um abraço forte, como se estivesse querendo me dizer que iria ficar tudo bem, talvez. Retribui o seu abraço com toda a minha força, inalando o seu perfume no qual eu sentia tanta falta. Nos desvencilhamos, nos encaramos por uns segundos a mais, e em seguida eu sai do carro sem olhar pra trás, bati a porta e coloquei a mão no vidro coberto pela neve, deixando a minha mão escorregar pelo mesmo, ele deu partida, e eu me afastei vendo ele se distanciar rapidamente. Olhei a rua completamente coberta de neve, olhei para uma casa vizinha a minha, e a família estava na frente fazendo bonecos de neve,  eles estavam felizes, e pareciam unidos, o casal parecia ser perfeito, alem de serem lindos juntos, o pai ajudava os filhos com a montagem do boneco, me peguei imaginando como seria bom ter uma vida feliz assim. Fui despeça por esta família feliz acenando para mim em cumprimento, retribui o aceno e decidi entrar.



Adentrei a casa rapidamente, pois estava muito frio, e também me lembrei que tinha deixado o Nick sozinho, pois por conta do forte frio que fazia, ele não poderia sair pois a sua imunidade estava muito baixa, e não poderia correr o risco de pegar uma gripe se quer. Ele estava na janela olhando para o lado de fora.

(Parar de ouvir a musica)

-Cheguei!

-Vocês voltaram?... Por favor me diz que sim, eu estou morrendo de saudades do meu pai!

-Desculpa meu amor, ele só veio aqui para me deixar!... Mas nos não voltamos, na realidade, acho que não tem volta...

-Não fala isso mãe, eu não quero perder este pai também!

-Você não vai...

-Você já me disse que não, mas não parece que é isso que esta acontecendo, já faz dois meses que ele não vem aqui direito, eu não posso ir la, por causa do tempo!... Eu estou com saudades de estar com ele!

-Eu sei, mas o que você quer que eu faça, eu já pedi perdão, eu já fiz tudo o que poderia, agora e com ele!... Eu preciso subir, já esta na hora do meu remédio!<subi>

(Por favor escute esta musica)

Eu não queria ficar prolongando um assunto que eu sabia que não iria chegar em lugar nenhum, alem de me magoar ainda mais. Eu já tinha tentado conversar com ele, tinha pedido perdão, eu já tinha feito a minha parte, nos erramos e nos pedimos desculpas, eu senti que ele precisava de um tempo para ele, e eu o esperarei pelo tempo que for preciso. Adentrei ao meu quarto retirando o casaco que estava, o colocando na poltrona do quarto, acomodei a minha bolsa e retirei as botas.



Abri as costinas deixando a claridade entrar, olhei pela mesma e a neve ainda caia forte, espalmei as mãos no vidro juntamente com a minha testa, senti os meus olhos arderem e as lagrimas caírem pelo meu rosto, e um choro forte e intenso tomar conta de mim, na realidade as lagrimas estavam me vencendo ultimamente, elas eram a minha companhia todas as noites depois que trancava a porta do meu quarto, era dolorido te-lo tao perto, mas ao mesmo tempo tao longe, tao longe das minhas mãos, do meu corpo, da minha vida. Este abraço que trocamos no carro, só serviu para aumentar ainda mais a minha dor, e o meu sofrimento, ele parecia um abraço de amigos, ou irmão sentindo falta um do outro. Acho que o meu maior medo ira ase confirmar, e infelizmente ser a sua amiga talvez seria a unica coisa que me restasse agora. Me ajeitei na cama me cobrindo completamente e fiquei olhando para a janela vendo o dia passar, e pedindo a Deus para que este tempo que ele pediu para si passasse o mais rápido possível antes que eu sucumbisse a minha dor.

(Parar de ouvir a musica, se quiser claro)

NICK ON

Eu fiquei sozinho em casa, enquanto todos foram para o ensaio do casamento do Zadeh com a Brandy, por causa da doença, eu estava com a imunidade baixa, e não poderia ficar gripado de forma nenhuma, e isso era um saco, porque eu já me sentia bem melhor, e a Dr. ate já cogitava a possibilidade de que eu pudesse ficar curado somente com o tratamento, sem o transplante, isso seria perfeito. Eu já estava entediado de ficar sozinho em casa, na realidade a casa estava cheia de gente, tinha a Demetria a cozinheira a arrumadeira, enfim, mas era como se estivesse sozinho. Algum tempo depois, eu ouvi o barulho de um carro parar na porta, eu fui ate a janela e constatei que era o carro do meu pai, eu fiquei feliz por que talvez ele estivesse vindo me ver, afinal desde que a mame e ele brigaram, só ficamos juntos no aniversario da Sophia quando ele nos levou para o Sea World. O carro ficou por um tempo parado na porta, ninguém saia, ate que um tempo depois a mamãe saiu dele, nossa eu mal poderia acreditar, sera que eles estavam juntos de novo? Ela também ficou um tempo parada, e apos acenar para os vizinhos ela entrou, eu perguntei se eles tinham voltado, mas ela negou e disse que achava que eles não teriam mais volta. Ela fugiu da conversa dizendo que teria que tomar o seu remédio, eu olhei pela janela e a neve ainda estava forte, eu não aguentava mais vê-los assim separados, a mamãe estava sofrendo.
A algumas noites atras, eu não estava conseguindo dormir, então eu fui ate o seu quarto e do lado de fora dava para ouvi-la chorando, vê-la triste ou ate mesmo se fazendo de forte, estava me deixando mal. Decidi fazer uma coisa que provavelmente me prejudicaria, mas eu precisava fazer, Fui para o meu quarto coloquei mais uma calça, coloquei mais uns dois casacos, duas toucas e um cachecol, desci as escadas sem fazer barulho, abri a porta e sai de casa, fui em direção a casa do meu pai, já que ele não vinha ate mim, eu iria ate ele.



-Oi, o meu pai esta ai?<disse assim que o Dre atendeu o interfone>

-Nick?<disse parecendo surpreso>

-É, ele esta ai?<insisti>

-Esta sim<abriu o portão>... Você não pode sair neste tempo!<disse assim que me aproximei da porta>

-É, eu sei, se a minha mãe descobre, ela vai ficar muito brava comigo!<disse assim que entrei>

-Como assim ela não sabe?

-Não!...Eu quero ver o meu pai, ele prometeu que nunca se afastaria de mim, mas desde que eles brigaram, ele não vai me ver, e nem me liga mais!

-Entra sai desta friagem!... Acho que ele esta na sala de musica!<disse abrindo a porta para mim>

-Pai!<disse assim que entrei na sala de musica e o vi sentado na frente do piano>

-Nick!... O que você esta fazendo aqui?

-Eu também estava com saudades!<sorri fraco>

-Meu filho, me desculpa, me perdoa de verdade!<disse me abraçando>

-Você prometeu pra mim no hospital que nunca iria me deixar, mas você simplesmente não apareceu mais!<disse com o rosto abafado no seu peito>

-Me perdoa meu filho, eu errei com você e com a sua irma!... Mais ainda com você!

-Você não me ama mais?... Não me quer mais como filho?

-E claro que eu te amo, não fala isso, e claro que eu te quero como filho!... Filho não e um brinquedo, que quando você cansa dele larga no canto, eu errei, e não fiquei perto de você como prometi!

-Por que você não apareceu mais?... A mamãe e você não estão mais juntos, mas isso não significa que você não pode ir nos ver!

-Eu sei...

-Sentimos a sua falta!

-Eu também!... Eu evitei ir ate la, por que a sua mãe e eu não estamos mais nos entendendo, fizemos muitas coisas erradas, tanto eu como ela, então resolvemos nos dar um tempo, para saber o que realmente queremos...

-Ela te quer, e sente a sua falta, sempre sentiu...

-Ela te disse isso?

-Não!... Na realidade não precisa dizer, as suas lagrimas todas as vezes em que tocamos nos seu nome diz tudo!... Ela não chora na nossa frente, mas todos os dias antes de dormir ela chora ate soluçar, mas não deixa que ninguém a veja triste!... Eu tenho medo dela passar mal sozinha de tanto sofrer!

-Eu sinto muito por isso, mas as vezes algumas coisas acontecem, e não podemos evitar!... Nick, ninguém e obrigado a ficar com ninguém, a estar com ninguém, as pessoas só ficam juntas se elas realmente se amarem, se elas sentirem que a sua vida não terá graça sem aquela pessoa, sem estar perto, sem sentir o seu cheiro, o seu toque...

-E você não a ama mais?

-Sim, eu a amo, mas acho que tudo o que aconteceu e tem acontecido, nos esfriou demais, acho que devemos ser apenas amigos agora!... Mas eu prometo ser o melhor amigo do mundo!

-Eu não posso mandar nem na vida, e nem no sentimento de vocês, mas se e o que vocês querem, infelizmente eu tenho que aceitar!

-Eu prometo estar mais presente, e acompanhar a vida de vocês mais de perto!... Prometo mesmo nao estando mais com a Agatah, ser o pai que vocês merecem!

-Eu te amo pai!<nos abraçamos>

-Eu também meu filho!... Ei, como você veio parar aqui?

-Eu sai de casa sem a mamãe ver!

-Você não pode pegar esta friagem!

-Eu sei, mas eu precisava falar com você!

-Assim ela vai me matar, e não vai nem querer ser a minha amiga!<sorrimos>

-Vai sim!... Ela ainda deve estar trancada no quarto chorando!

-Chorando e?

-Sim, como sempre!

-Vamos, eu vou te levar pra casa, e aproveito para conversar mais um pouco com ela!

Nos levantamos e seguimos para a área externa, ele pediu que eu entrasse no carro e seguimos para a minha casa, onde ele parou bem em frente a porta, e só me deixou sair do carro quando ele desceu a abriu a porta de casa para que eu saísse do carro, e entrasse direto dentro de casa.

BRUNO ON

Depois de mais de dois meses de "calmaria" a minha vida virou mais uma vez de cabeça pra baixo, retirando mais um filho da minha "lista". Agora filhos biológicos, eu só tenho a Sophia e o bebe que a Agatah esta esperando. Depois que eu deixei a Agatah em acasa apos uma conversa meio tensa, eu fui surpreendido pelo Nick que saiu de casa escondido, debaixo da neve somente para falar comigo. Tivemos uma conversa que foi muito decisiva para mim, ele me mostrou que eu a amava muito, mas que neste momento não estava mais dando certo, e que o melhor era sermos apenas amigos. Ao final da nossa conversa, eu decidi leva-lo para casa e ter mais uma conversa com ela.

-Pai, Nick?<disse assim que nos viu entrando>

-Boa tarde!... Oi filha, como você esta?... Nem deu para nos falarmos direito na igreja!

-Estou bem, mas confesso que poderíamos estar melhor!

-Cade a sua mãe?

-Deve estar trancada no quarto, em mais uma de suas cessões diárias de choro!

-Sophia, não seja assim tao indelicada!... Como vai Bruno?

-Estou indo como se permite!... E você Luisa?

-Estamos ai, estou dando uma força para a Agatah, ela tem estado bastante desestruturada, apesar de fingir muito bem!

-Eu vim justamente falar com ela!

-Sem duvidas ela esta no quarto!<a minha filha nem me olhou>... A pai, tenta não deixa-la pior!

Eu não respondi nada e somente subi as escadas, era estranho estar ali naquela casa novamente depois de meses, a ultima vez que entrei ali foi quando ela passou mal apos a descoberta da Alicia. Segui em direção ao seu quarto e bati na porta duas vezes.

-Eu quero ficar sozinha, por favor!

Eu não disse nada e apenas bati novamente, ouvi passos e em seguida a porta destrancar, mas sem ela abrir.



Eu movi a maçaneta a abrindo calmamente, ela estava deitada de costas para a porta totalmente encolhida na cama, me aproximei apos fechar a porta, me sentei na beirada da mesma e coloquei a mão no seu braço.


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