terça-feira, 28 de maio de 2013

ACERTO DE CONTAS CAP- 29



Flashback on
-Agatah, eu sei que você só me tem como amigo, mas eu sou um homem que não consegue esconder por muito tempo os meus sentimentos, eu não sei mais como me portar ou agir ao seu lado, você e uma mulher incrível, e eu estou apaixonado por você!… Você quer namorar comigo?<disse puxando uma caixinha do bolso do blazer, com um par de alianças>
 -Carlos… Nossa, eu já imaginava que você iria fazer isso. Eu quero muito, mas antes de te dar esta resposta eu preciso te falar algo muito serio, e eu não sei se você ainda vai querer estar comigo!<disse com um certo nervosismo>
 -Diz!<me encarou>
-Eu estou grávida!… Eu vim grávida de Los Angeles!… Eu não contei a ninguém ainda, nem o pai da criança sabe!… Eu não pretendo tirar a criança, não acho certo!… Mas eu não posso falar com o pai, ele vai ter um filho com outra mulher!… !<disse sentindo os meus olhos arderem>
-Entendo!… Eu não vejo problema em você estar grávida, eu quero você da mesma forma!… Nos podemos criar a criança, eu terei ela como um filho de sangue,  prometo cuidar de vocês!<disse pegando em minha mão >
-Eu não posso te obrigar a isso…
-Não será obrigação!… Mas você terá que me prometer uma coisa!<disse me encarando>
-Claro!
-Você contara a este bebe que eu não sou o pai de verdade, e a levara para conhecê-lo!… Eu respeitarei o seu tempo, não importa quando será, mas você ira contar a ele!<disse sustentando o meu olhar>
-Eu prometo!… Sim, eu aceito ser a sua namorada!<disse e colocou a aliança em meu dedo>
Flashback off
-E foi assim que tudo começou, eu disse para todo mundo que eu estava grávida do Carlos um mês depois de começarmos a namorar, mas na realidade eu já estava grávida, estava com quase três meses!… Eu tentava disfarçar a barriga com roupas mais largas, e no dia em que ela nasceu para todos eles ela era de sete meses. Mas ela era de nove, o tempo normal!<disse vendo as lagrima caírem pelo seu rosto>
-Tudo isso e pior do que eu imaginava!… Você não enganou só a mim e a Sophia, mas enganou a todos!<disse passando as mãos pela cabeça>
-Não!… Algum tempo depois, quando quase nos encontramos no restaurante,lembra?…Eu contei a Daiana, a minha cunhada e a minha Irma, mas eu fiz a Angel prometer que ela não contaria a ninguém!… E agora ela corre o risco de prejudicar o seu casamento com o Kam , por minha culpa!<disse colocando as mãos no rosto>
-VOCÊ E UMA MULHER EGOÍSTA  EU ESTOU MUITO DECEPCIONADO COM VOCÊ … COMO VOCÊ PÔDE ENGANAR A TODOS NOS, VOCÊ MANIPULOU A SUA IRMA!… VOCÊ E MA PESSOA MUITO FALSA!<eu estava muito alterado já>
-Eu fiz tudo isso por amor a minha filha, por amor a você…
-AMOR?… QUE AMOR E ESTE?… VOCÊ MENTIU PARA MIM DURANTE 13 ANOS E AGORA VEM FALAR EM AMOR!… VOCÊ NÃO AMA NINGUÉM <disse muito perto do seu rosto>
-PENSA BEM BRUNO, COMO VIVERÍAMOS EM PAZ COM A LINDSEY DO JEITO QUE ELA É?… IMAGINA ELA E EU GRAVIDAS DE VOCÊ  PENSA NO INFERNO QUE SERIA!… EU NÃO IRIA TER PAZ E IRIA ACABAR PERDENDO A MINHA FILHA DE TANTA PERTUBAÇÃO  VOCÊ A CONHECE E SABE DO QUE ELA E CAPAZ!… Eu preciso ir embora daqui!<disse indo ate a porta>
-Não antes de me esclarecer uma coisa!< a segurei pelo braço a puxando para dentro>
-Você esta me machucando!<disse se soltando da minha mão>
-Por que você não me falou?… por que você não voltou, preferiu mentir?<disse a encarando de frente para a porta>
-Eu pensei nesta possibilidade, poderíamos ter tentado viver civilizadamente, mas a Lindsey sempre foi uma pessoa ruim, disposta a passar por cima de tudo e de todos, eu temia pela minha filha!… Eu morria de medo só de pensar em ela tentar algo contra mim ou contra a minha filha!
-Eu estaria aqui com você!<disse olhando dentro de seus olhos>
-Eu sei disso!… Mas se ela foi capaz de fazer o que fez com você naquele dia na piscina,imagina o que não seria comigo quando estivesse sozinha!… Eu posso ir agora?<disse falando com uma amargura em sua voz>
Eu lhe dei passagem a seguindo pela casa ate chegarmos à sala, ela começou a gritar pelos filhos e todos apareceram na sala em meio aos seus gritos, eles perguntavam o que tinha acontecido e ela só dizia que queria ir embora. Antes de ela sair porta a fora, eu resolvi somente relembrá-la.
-Agatah, uma semana!<disse serio>
-Neste momento, eu estou te odiando por isso!<me encarou saindo em seguida e batendo a porta>
-O que houve pai?
-você saberá!… Eric por favor, eu queria falar com você<saímos da sala e seguimos para o escritório>
-Ela assumiu, assumiu tudo!<disse entrando no estúdio e sentando>
-Eu disse para você, eu reparei nela assim que ela abriu a boca e soltou a primeira nota!… Ela e a mamãe todinha cantando, e tem muitos traços seus!<disse sentando ao meu lado>
-Eu não tinha reparado nela!… A Agatah estava em duvidas quando iria contar, e eu a pressionei para que contasse logo!
-Reparamos, os seus gritos eram inconfundíveis!… Mas eu achei que você fez errado, você este tão sujo quanto ela nesta historia de mentiras, afinal você será pai pela terceira vez e não contou a ela certo?<disse me encarando>
-Certo!
-Acho que você exagerou na imposição!!
-Mas ela não sabe e eu pretendo que ela não saiba, não ainda!
Eu estava muito feliz em saber que a Sophia era minha, minha menina, principalmente sendo fruto de um amor tão verdadeiro e forte como o da Agatah e eu. Eu posso garantir que a amo muito, e se faço tudo isso e justamente por amá-la, eu não quero perde-la novamente, sei que fui rude, mas eu a conheço muito bem e sei que se eu relevasse e deixasse no seu tempo, a Sophia só saberia que e a minha filha quando ela casasse.
AGATAH ON
No meio da tarde depois do almoço o Nícolas e a Sophia disseram que iriam pra casa do Bruno, pois ele iria aprender a tocar violão e ela iria para olhar, ela dizia que gostava de ficar próxima do Bruno. Fato que me deixava sempre muito mal em relação a estar mentindo para ela sobre ele ser o seu pai. Depois que eles saíram eu fui para o meu quarto, pois ainda tinha umas fichas de alguns pacientes para analisar, e também estava estudando propostas para começar a trabalhar em uma clinica infantil aqui mesmo em Los Angeles.
Eu aproveitei que estava sozinha e decidi sair um pouco, peguei o meu carro e sai sem rumo, fui pensar um pouco na guinada que a minha vida deu nos últimos 18 anos, desde que eu sai de Massachusetts e fui para NYC com a Angel. Eu me apaixonei, fiz besteiras, me diverti, sonhei, me entreguei ao único homem que amei verdadeiramente, me desiludi, menti, fugi, casei, tive dois filhos lindos, sofri junto com o meu marido, chorei por ele e com a sua perda, renasci das cinzas como uma fênix. E hoje estou aqui feliz. Feliz, será que eu realmente estou feliz? Não sei se ainda posso confiar no amor do Bruno, foram tantos anos, tantas mudanças, às vezes acho que estou indo rápido demais, mas às vezes acho que esperei muito para ficar pensando demais agora, na minha cabeça vinha um turbilhão de pensamentos e duvidas. Eu o amava tanto, e continuo o amando. Mas será que ele me ama na mesma intensidade do que eu? Será que eu ainda posso confiar a minha vida a ele? Será que o meu coração estará seguro com ele? Queria tanto poder confiar nele de olhos fechados, mas infelizmente eu não confio nem em mim de olhos fechados. O meu maior medo e o da traição, eu sei que eu o trai ao esconder dele que ele e o pai da minha menina, e eu não sei se conseguiria contar a ela agora, mas sei que um dia eu serei cobrada.
Fiquei dirigindo por mais ou menos uma hora sem rumo, e sem destino, apenas pensando, em tudo e em nada ao mesmo tempo. Quando eu olhei no relógio levei um susto quando vi que já passava das 20h00min, pegue o retorno e segui para a casa do Bruno, para pegar as crianças afinal eles tinham o primeiro dia de aula na manha seguinte. Cheguei estacionei em frente a sua enorme casa, segui ate a campainha e no segundo toque ele apareceu, sorri para ele que me retribuiu lindamente.
Fui recepcionada com um beijo, e assim que entrei vi o Liam e o Eric, os cumprimentei e antes que eu pudesse chamar as crianças ele disse que precisava falar comigo, seguimos para o seu quarto, entrei e senti que ele estava meio tenso procurando as palavras para serem ditas, e quando menos eu esperava, ele disse tudo de uma vez. Perguntou se a Sophia era sua filha, eu tentei recuar, mas ele me pressionou e eu acabei tendo que dizer a verdade. Eu tentei desconversar, mas eu me lembrei de quantas vezes eu fui cobrada em sonho e em vida pelo Carlos, ele tinha o maior amor do mundo por ela, mas ele não achava justo estar no lugar do seu verdadeiro pai. Então eu disse a verdade para ele, mesmo sabendo que provavelmente depois desta conversa não haveria mais “nos”, foi muito difícil para mim ter que assumir este erro mas em partes eu me senti aliviada de ter tirado este peso das costas, na realidade já tinha se tornado uma imensa bola de neve que a cada inverno aumentava ainda mais.
Ele começou a gritar comigo me deixando acuada, eu tinha medo do Bruno que estava vendo, eu nunca tinha visto ele tão alterado, ele estava na sua razão, mas eu não queria que ela escutasse, pedi que ele parasse de gritar, na realidade eu estava assustada. Ele parou de gritar e impôs que eu falasse a ela toda a verdade em uma semana, eu tentei argumentar, mas foi impossível, ele voltou a gritar comigo, então eu rebati aos gritos também e em meio a toda esta confusão, eu dei as costas tentando sair do seu quarto, mas ele me segurou fortemente pelo braço ele perguntou porque eu não voltei, eu disse que tinha medo da Lindsey fazer algo contra nos. Ele disse que cuidaria de mim e não deixaria que nada acontecesse, mas o meu medo era maior por isso eu não voltei. Terminei de falar e sai do seu quarto, ele veio atrás de mim, e eu só queria ir embora dali eu estava triste e magoada, eu sabia que ele estava certo, mas não precisava impor condições, ou precisava? Eu estava muito confusa. Após chamar as crianças e sair de sua casa, seguimos para casa o meu carro, as crianças queriam saber o que tinha acontecido para termos brigado e ele ter gritado comigo daquele jeito, eu desconversei dizendo que era coisa de casal.
-Coisa de casal?… Mas a senhora e o papai não brigavam daquele jeito e nem ele gritava com a senhora como ele gritou!<disse Nícolas com uma cara não muito boa>
-Por favor, Nícolas  quando você for mais velho você vai me entender!<disse estacionando o carro na garagem>
-Quando eu for mais velho?… Eu quero entender agora!<disse saindo do carro e vindo atrás de mim>
-POR FAVOR, ME DEIXEM EM PAZ EU PRECISO PENSAR!<disse seria>
Eu tinha acabado de gritar com os meus filhos, eu estava nervosa, acuada e muito tensa. Segui para o meu quarto a única coisa que eu queria era entrar em baixo do meu edredom e hibernar, e quando acordar constatar que tudo não passava de um sonho ruim, muito ruim na realidade. Eu deitei e tomei um calmante, estava perdida em pensamentos quando fui interrompida pela Sophia.
-Mamãe, será que eu Posso falar com a senhora?<disse abrindo vagarosamente a porta do meu quarto>
-E melhor não minha filha, me deixa sozinha!<disse virando para o outro lado e sentindo as lágrimas tomarem conta do meu rosto>
-Poxa mãe, eu só quero te ajudar, não gosto de te ver tão triste assim!… Me conta o por que vocês brigaram!<disse sentando ao meu lado na cama>
Eu me virei para ela e só consegui a abraçar e chorar, eu queria aproveitar cada segundo com ela pois sabia que quando ela descobrisse a verdade, ela iria ficar muito magoada comigo e eu não saberia quando teria os seu abraços novamente.
Os dias se passaram e eu me sentia mais acuada ainda, eu não queria contar, mas eu tinha que contar a ela, se eu não contasse provavelmente o Bruno contaria e seria muito pior. Com tudo isso eu quase não saia de casa, as crianças iam para a escola com o Sr. Borges, pois eu não queria correr o risco de me deparar com o Bruno nem por coincidência. Ele me ligou algumas vezes e veio me ver umas duas, mas eu dizia que estava com dor ou ate que não estava em casa, eu precisava ficar sozinha para pensar em tudo e ver a melhor maneira de me abrir para ela.
Uns três dias antes do “prazo” que me foi estipulado acabar eu decidi que estava na hora do meu sofrimento acabar, eu não sei como seria a sua reação, mas eu só saberia se tomasse coragem e contasse logo toda a verdade e parasse de sofrer por antecipação. E se ela escolhesse ficar com o pai agora, eu não poderia falar e nem fazer nada, na realidade este era um dos meus maiores medos, perde-la, mas infelizmente esta seria uma provável conseqüência.
Eu estava sozinha no quarto pensando em como começar esta conversa com ela, estava confusa e por que não, desnorteada. Fui interrompida pela Demetria me perguntando se eu queria algo como em todas as noites, eu disse que eu gostaria que ela chamasse a Sophia para mim, pois eu precisava falar com ela, ela se retirou e alguns minutos depois a Sophia entrou no meu quarto.
-A senhora quer falar algo comigo mamãe?<disse entrando repentinamente me assustando>
-Sim meu amor, por favor, feche a porta!<disse sentando na cama lugar onde eu quase não sai esta semana>
-O que a senhora tem?<disse alisando o meu rosto>
-Eu preciso falar algo muito serio com você, que eu não tive, ainda não tenho coragem, mas eu não tenho outra saída!<disse já sentindo as lagrimas rolarem>

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