segunda-feira, 27 de maio de 2013

ANGELS CRY CAP- 18



Jogamos a culpa
De um lado para o outro, tratamos o amor
Como um esporte, o golpe final
Acertou tão em baixo
Eu continuo no chão…
A sua imagem se aproximou de mim esticando a sua mão para alisar o meu rosto, fechei os meus olhos e do nada eu acordei, olhei para frente e não tinha absolutamente nada, olhei para o relógio que marcavam 05:25 da manha, o sonho parecia ter sido tao real, eu fiquei muito impressionada com o que tinha acontecido no meu “sonho”. Vi a minha porta se abrir vagarosamente, e mais do que depressa eu acendi o abajur, olhei em direção a porta e a Sophia estava me olhando muito assustada.
-O que foi meu amor? < disse a encarando>
-Posso dormir aqui com você mamãe? < disse já se deitando comigo>
-Claro meu amor mas o que aconteceu? < disse nos cobrindo e a abraçando em seguida>
-Eu sonhei com o papai, parecia tão real que me deu medo!!< disse me apertando contra os seus braços>
-Ele e seu pai meu amor, você não precisa ter medo dele!< disse beijando o alto da sua cabeça>
-Eu sei mamãe, mas e que eu fiquei assustada, só isso! 
Nos aconchegamos na cama e logo ela adormeceu, eu fiquei pensando no que ela me disse. Sera que tivemos o mesmo sonho?… O que sera que ele disse a ela?… Sera que ele só apareceu?…Muitas perguntas e nenhuma resposta. Apos muitas perguntas internas, consegui dormir novamente. Acordei com a claridade invadindo o meu quarto, e com algumas vozes vindo do andar inferior. Olhei para o lado e vi a Sophia dormindo docemente, me levantei cuidadosamente, para não acorda-la. Segui ate o banheiro, fiz a minha higiene matinal, tomei um banho me troquei, e sai do quarto tomando o maior cuidado, ainda para não acorda-la. Desci as escadas dando de cara com a Daiana, Luíza, minha sobrinha Isa e o meu cunhado, segui ate ele os cumprimentando com um abraço forte, e muitas lagrimas. Apos um cafe reforçado com todos a mesa, infelizmente em um silencio mórbido. Daiana, Luíza e eu seguimos para o jardim, eu precisava conversar com elas e contar o que tinha acontecido durante a madrugada.
-Eu acho que era um aviso!… Significa que mesmo de longe ele vai cuidar de você e das crianças, vai ficar tudo bem. E uma perda irreparável, mas infelizmente temos que assumir que foi para o bem dele!!< disse Luíza ao meu lado>
-Eu concordo! …E digo mais!… Ele quer ver a sua felicidade!… Ja esta na hora da verdade vir a tona Agatah, deu minha amiga, não se prive, deixe passar todo este momento de turbulência e se abra!! < disse Daiana a minha frente segurando em meus braços>
-Eu vou falar, mas não hoje, não agora!!… Eu preciso me acalmar , eu tenho que estar com os pés no chão para isso!!< disse retomando o choro>
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Do nada o tempo fechou e muitas nuvens escurar se formaram, uma fina chuva se formou no dia que ate então, estava firme. Seguimos ate o interior da casa, ficamos reunidos durante todo o dia, lembrando de momentos bons que passamos todos juntos, percebi que o Bruno nos observava a todo momento, eu via uma sombra de tristeza em seu olhar, fato que me deixava intrigada. Apos um dia “agradável” com todos, apos o jantar nos reunimos por mais um tempo, não muito longo, e depois seguimos cada um para o seu quarto. Apos uma noite mais tranquila e sem sonhos, acordei as 08:00 da manha, olhei pela janela e não chovia, tinha um tímido sol, mas o dia estava frio. Segui para o banheiro tomei um  banho e me troquei colocando o tipico traje de “viúva”.
Agatah Fleminng
Hoje eu me despediria do meu Carlos. Apos arrumada eu desci para encontrar com todos na sala, O Bruno não queria ir, mas eu praticamente implorei para que ele tivesse comigo, sei que com ele ao meu lado eu ficaria mais forte. O sepultamento seria as 10:00, nos dividimos nos carros, e seguimos ate o cemitério.
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Apesar do sol ainda fazia muito frio, o silencio do ambiente só era quebrado pelo assobio do vento, e o barulho das arvores balançando. Seguimos calmamente em cortejo ate o local do sepultamento. Ouvi atentamente  o discurso de conforto dito pelo padre, que disse lindas palavras sobre ele. O Carlos era um homem incrível e eu jamis esqueceria dele, tudo o que passamos junto e todas as alegrias que compartilhamos. Lembro-me do dia em que ele me pediu em casamento, eu estava gravida de 3 meses da Sophia, ele me levou a Vista chinesa, e ficamos la agarradinhos esperando o por do sol, assim que ele começou ele parou a minha frente retirando as alianças do seu bolso, e com lindas palavras me pediu em casamento. Lembro também do nascimento do Nícolas, ele estava tao ou mais nervoso que o da Sophia, ele foi incrível para mim. As lagrimas escorriam sem medida pelo meu rosto. Apos algumas lindas palavras, tinha chegado a hora da ultima despedida, todos repousaram as sua flores sobre ele, eu me aproximei vagarosamente. Deus como eu queria que este momento não tivesse que acontecer!
-Nem um milhão de palavras fara com que você volte para mim, eu sei , pois já tentei dizer de tudo, você fara muita falta para mim, mas sei que para sempre você estará ao meu lado!… Eu não estava preparada para esta queda, eu estou em pedaços com a sua partida, você foi um presente em minha vida e por mais que o tempo passe eu sempre me lembrarei de você  <disse aos prantos vendo ele ser repousado em sua nova moradia>
Me afastei calmamente sendo amparada pela minha irma, olhei para frente e todos seguiam o mesmo caminho ate aos carros, direcionei o meu olhar um pouco mais a frente e vi a Sophia abraçada ao Bruno, ela chorava muito enquanto ele a abraçava ternamente. Senti um cheiro forte de flores do campo, coisa que era normal para o ambiente em que estávamos, isso teria passado sem importância se não fosse o arrepio na espinha que senti, imediatamente uma certa paz de espirito me invadiu me deixando mais conformada. Nos acomodamos novamente nos carros como tínhamos vindo, e seguimos para casa.
(Se quiser e pode parar com a musica)
O dia correu na mesma tristeza, acho que foi pior do que o dia em que ele morreu. No dia seguinte a Daiana , a Luisa e a família foram embora, me pediram que eu pensasse bem nas coisas que faria. No decorrer dos dias o meu humor deu uma boa melhorada, mas eu ainda estava meio cabisbaixa.
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Em uma manha eu me levantei cedo me troquei e fui ate um campo de trigo que tinha próximo a minha casa, Assim que eu cheguei fiquei admirando a vista que era perfeita, o sol batendo nos seus brotos, e dando um destaque todo especial a sua cor brilhante como o ouro. Me sentei na raiz de uma linda e velha arvore, ela me trazia boas e mas lembranças, eu sempre ia pra la quando estava muito triste ou muito feliz. Olhei em sua extensão e vi o meu nome entalhado envolto em um coração com o nome do Taylor. Fato que me deixava profundamente triste. Me sentei a sua sombra olhando para o horizonte daquele campo que parecia não ter fim, apos alguns minutos ali pensando em tudo e nada ao mesmo tempo, me surpreendi com uma visão muito inesperada, eu não sabia se era coisa da minha cabeça ou se eu realmente estava vendo o que achava, era a imagem de meu pai juntamente com o Carlos , eles estavam longe , mas estavam juntos, eles me olhavam fixamente, mas com uma ternura tao grande, que eu não conseguia sentir outra coisa a não ser uma paz muito grande. Apos alguns segundo me olhando eles simplesmente deram as costas e saíram andando, senti uma mão tocar em meu ombro, e me virei rapidamente.
-Te assustei? < disse Bruno sentando ao meu lado>
-Não e que eu„,< disse me virando novamente para ver os dois , mas já não havia mais nada> -Deixa pra la!…Como adivinhou que eu estava aqui?
-Eu desci e perguntei a dona Beatriz sobre você, e ela me disse que sem duvidas você estava aqui e me disse como vir! < disse me encarando>
-Hum… Eu gosto de vir aqui, me traz… Paz! < disse ainda olhando para onde eu tinha visto eles>
-Eu estou contente em te ver reagindo e um pouco mais animada! <disse alisando o meu braço>
-A sua presença aqui me traz força e muita confiança!…Não me pergunte por que, mas e assim que me sinto! < disse apoiando a minha cabeça em seu ombro sendo abraçada em seguida por ele>
-Eu estarei aqui sempre que você precisar!! < disse me aconchegando em seus braços>
-Mãe!… A vovó esta te chamando! < disse me assustando e fazendo com que desvencilhasse rapidamente do Bruno>
-Eu vou ver o que ela quer! <disse me levantando rapidamente, saindo os deixando juntos>
Segui rapidamente para casa, estava um pouco assustada pelo fato de ter sido surpreendida pelo Nícolas abraçada ao Bruno, eu não queria que eles pensassem nada de errado de mim, e acharem que eu vou trocar o pai deles assim, eu não sou deste jeito. Assim que cheguei em casa fui falar com a minha mãe  mas ela não queria nada de tão interessante. Passamos uma tarde bom agradável, assistindo a filmes e tentando nos distrair. A Sophia estava bastante agarrada ao Bruno, eles conversavam bastante, eu somente os observava, esta amizade e companheirismo deles sera muito importante para mim.
No dia seguinte eu me levantei um pouco mais tarde, tive uma noite meio conturbada, acho que devido ao acontecido no campo de trigo. Me levantei fiz a minha higiene matinal me troquei e desci, assim que eu cheguei na sala a Sophia estava com cara de choro.
-O que foi minha filha?< disse a abraçando >
-Mãe, pede para ele não ir embora, por favor?… Ele não pode ir!< disse retomando o choro>
-Quem não pode ir? < disse a olhando>
-O Bruno esta indo embora!…Não deixa ele ir mãe!
Me levantei do seu lado e segui ate a área externa, ele estava terminando de colocar as malas no carro, eu me aproximei calmamente e parei ao lado do porta malas o assustando.
-Bom dia!… Que susto! < disse fechando a mala>
-Onde o senhor pensa que vai? < disse o encarando>
-Eu estou indo embora, tenho alguns compromissos, e não posso ficar mais! <disse abrindo a porta do motorista>
-Eu sei que você não tem compromisso nenhum, você me disse que tinha cancelado tudo para ficar aqui pelo tempo que eu precisasse!< disse segurando a porta do carro>
-Sabe o que… Eu não quero mais ficar aqui, eu não consigo!… Você sabe o que olhar para a mulher que você ama todos os dias, e não poder dizer a cada minuto o quanto a ama?… Ter que vê-la sofrer todos os dias, e não poder estar com ela como eu quero, como eu queria estar?…Isso esta me sufocando, eu não consigo mais vê la chorando pelo seu marido, eu sei que e egoismo meu, afinal… Ele já não esta mais aqui, mas você não acha que eu já engoli demais?… Eu te amo Agatah, e eu não consigo mais estar ao seu lado e não poder beija-la ou toca-la! < disse seriamente me encarando>
-Eu sei muito bem o que você esta passando, eu estou passando a mesma coisa!…. Você acha o que?… Eu te amo, eu sempre te amei, e eu sempre deixei bem claro, que você era e sempre seria o homem da minha vida!< disse sentindo os meus olhos marejarem> -Mas eu ainda não posso me envolver com você, esta muito recente, e não seria justo com os meus filhos e nem com a memoria do Carlos! < disse sentindo as lagrimas rolarem pelo meu rosto>
-Você não sabe como eu esperei para ouvir essas palavras da sua boca Agatah!… Eu esperarei o tempo que for preciso, por você  <disse colando as nossas testas>
-Fica!… Fica aqui comigo, por favor, a Sophia esta chorando, e eu não quero vê-la chorando mais!< disse o abraçando, senti ele beijar a minha testa>
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-Me perdoa meu amor!… Mas eu realmente não posso, eu já conversei com ela!… Agora eu preciso ir, o meu voo sai em 40 minutos! < disse nos desvencilhando>
Me afastei dele, pois não tinha mais o que eu pudesse fazer, eu já tinha pedido, e ate me declarado para ele, mas se ele preferiu ir , não posso fazer muita coisa. Apos ele ter fechado a porta, ele abriu o vidro, onde pude me despedir novamente dele, me aproximei do carro e me inclinei para dentro do mesmo, dando-lhe um beijo carinhoso em seu rosto e em seguida alisando o seu rosto, ele sorriu com o meu carinho o retribuindo, me afastei do carro e vi ele se afastar calmamente ate sair sair portão a fora. Mas diferente da outra vez, eu senti que não demoraria tanto tempo para nos vermos novamente.

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